Personagem da vida real, conhecido e querido por todos, foi morador de rua por mais de 40 anos. José da Costa nasceu em Santo Antônio da Patrulha e aos oito meses teve meningite, doença que deixou sequelas motoras e cognitivas. Aos 15 anos começou suas aventuras nas ruas, até fazer dela o seu lar. Se tornou conhecido e querido nos ônibus da cidade e pelos bairros. A partir do momento em que o embarque nos ônibus passou a ser pela porta da frente o Zé passou a caminhar, tornou-se um andarilho e seu trajeto preferido era da ponte até a parada 59, sempre pela Flores da Cunha, acompanhado de vários cachorros.
Zé louco se tornou patrimônio da cidade, amado pelos adultos e principalmente pelas crianças, sua relação com os jovens vem desde quando circulava de ônibus e era frequentador assíduo do horário dos estudantes, principalmente do Cadop.
Zé conhecia as pessoas e sabia diferenciar aquelas que o tratavam com respeito e consideração. Alimentava-se com o que recebia nas ruas e estabelecia boas relações com a comunidade. A família nunca desistiu de leva-lo para casa, mas as tentativas eram inúteis, o Zé sempre voltava para as ruas.
Zé atualmente está com a mãe Terezinha Barbosa da Costa, de 84 anos, moradora da Vista Alegre. Além de dona Terezinha, a irmã de Zé Louco, Tânia da Costa Araújo, o marido dela, Joeni Ramos Araújo, e a filha deles, Jéssica Ramos Araújo, ajudam nos cuidados com o familiar mais ilustre da casa. Zé precisa de ajuda para ações rotineiras, como tomar banho e fazer a barba. Tem pouca habilidade com o lado esquerdo do corpo, mas mesmo assim realiza algumas tarefas domésticas simples, como, por exemplo, lavar a louça e tirar o lixo. Os jargões “A mãe deixou”, “Cachaça não”, “Olha a Xuxa” e “Cuidado o choque”, ficaram na boca do povo e na lembrança de muitas gerações. A presença dele sempre fez alegrar as pessoas.