Francisco de Medeiros ou Chico Gaiteiro é considerado por muitos como o maior prefeito que Cachoeirinha já teve. Casado com dona Maria Antonia de Medeiros, teve três filhas e destas cinco netos e dois bisnetos. Era uma pessoa marcada pela simplicidade, que veio para a cidade em 1955 quando tinha 16 anos. Muito além de político, foi metalúrgico, calceteiro, verdureiro e até desenhista arquitetônico. Desde jovem já pegava pesado no trabalho com o seu avô. Durante o dia ajudava a aterrar os loteamentos e à noite estudava na escola Rodrigues Alves.
Concorreu a vereador em 1972 pela primeira vez, mas foi no ano de 1976 em que Medeiros descobriu que havia nascido para o voto, alcançando a incrível marca de 911 votos, em percentuais a mais alta votação até hoje. Isso o credenciou para vir a prefeito na eleição seguinte, em 1982. A fama de gaiteiro e homem do povão estava consolidada na campanha vitoriosa. Medeiros tocava em bailes, festas e tinha até programa na Rádio Metrópole – “Sinfonia Sertaneja” e “Assim Cantam Os Irmãos Medeiros”.
O prefeito do povo pegou uma prefeitura endividada e com a folha dos funcionários atrasada em três meses. Aos poucos colocou tudo em ordem, administrando de maneira simples e para o povo. Seu gabinete era aberto e todas as pessoas tinham acesso fácil a ele. Passou duas vezes pelo comando da cidade e em suas gestões garantiu importantes conquistas para a cidade como a duplicação da Av Flores da Cunha e da segunda ponte, além da construção do dique que culminou com o fim das enchentes que castigavam os bairros do Interior I.
Em julho de 1994, num acidente em cima da ponte, quando sinalizava e manobrava um caminhão guincho, foi surpreendido e atropelado por um fusca. Morreu ao chegar ao hospital Cristo Redentor. Foi o maior funeral e comoção da história de Cachoeirinha. Medeiros entrava ali para a história. A ponte, símbolo da cidade e onde ele morreu foi inaugurada anos depois com o seu nome. O Chico Gaiteiro deixou muitos seguidores e provou que é possível administrar de forma alegre, simples e honesta.
16