Clóvis da Rosa ou Primo Alfaiate, como muitos o chamam, é um catarinense bastante simpático e comunicativo. Casado há mais de 51 anos com a dona Sirlei, teve quatro filhos e oito netos. Primo é o alfaiate em atividade mais antigo de Cachoeirinha e um dos poucos que ainda desempenham a profissão. Veio com a família morar na cidade em 1971, pois só ouvia falar bem dessa terra promissora.
Clóvis aprendeu muito cedo a profissão. Graças ao tio, com apenas 15 anos já estava no ramo. Quando chegou à cidade foi bem acolhido, mas começou trabalhando no Tevah (Porto Alegre), indicado por um amigo, o Nilton “Casquinha”, que também trabalhava na empresa. Cachoeirinha nesta época era conhecida como cidade dormitório.
A sua primeira alfaiataria foi em 1972, na Anápio Gomes. Em sociedade com o primo Balthazar. E daí o nome da loja que permanece até hoje. E na cidade só existiam três alfaiates – Soares, Garcia e Osni. Clóvis resistiu ao tempo e hoje é conceituado na área como um dos melhores profissionais da região.
Fora da profissão, nos anos de 1970, ele foi um dos fundadores da Associação de Moradores dos bairros Averonice, participou ativamente da comissão de construção do dique. A sua casa fica numa região onde o rio Gravataí costumava invadir. Depois do Dique este problema foi solucionado. Concorreu a vereador em 1988 pelo PDT, mas não se elegeu.
Em Cachoeirinha vestiu bastante gente conhecida, principalmente na época em que um terno custava caro para comprar e era vantagem optar pelo aluguel. Os ex jogadores da dupla Gre-Nal Tinga e Jardel foram algumas das celebridades que já vestiram Primo Alfaiate.
O seu Clóvis reconhece que a sua profissão está em extinção. Hoje as roupas são feitas por computadores. Nenhum dos seus filhos quis seguir pela profissão, mas ele garante que não se aposenta e só irá parar quando Deus chamar.