Texto | Denise de Oliveira | Foto Divulgação
Ora euforia de alegria, ora tristeza profunda. As pessoas ao seu redor sentem dificuldades para compreender essa montanha-russa de emoções, que após vários desentendimentos, acaba optando pelo afastamento. O isolamento social compromete não somente suas relações no ambiente de trabalho, como também para criar vínculos afetivos.
O transtorno bipolar, popularmente conhecida como a doença do humor, no entanto, é de difícil diagnóstico e não há comprovação científica de suas causas. Sabe-se, contudo, que a genética pode contribuir. Além disso, mudanças bruscas no cotidiano, consumo de drogas e o estresse podem ajudar no desencadeamento das crises. O Transtorno Bipolar atinge parte significante da população mundial, cerca de 30 milhões de pessoas, já no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), cerca de 4% da população é afetada por ela.
A bipolaridade é caracterizada pela ocorrência de fases maníacas, depressivas e pelos estados mistos (sintomas de mania e depressão ao mesmo tempo). Nas fases maníacas, o paciente apresenta humor excessivamente animado, exaltado, eufórico. Geralmente, confiança e otimismo de forma exagerada também fazem parte do quadro, insônia e dificuldade de concentração.
Quando o paciente entra na fase depressiva, ocorre perda de interesse e prazer nas atividades, sensação de tristeza e vazio, irritação, falta de apetite, excesso de sono, fadiga, perda de energia, sentimentos de perda de esperança, pessimismo e culpa. Pensamentos de morte e suicídio costumam acompanhar o quadro.
A doença começa a se manifestar, em alguns casos, ainda na adolescência. Mas, o Transtorno Bipolar não é fácil de perceber no início. Os sintomas muitas vezes parecem problemas separados, não reconhecidos como parte de um único problema maior. Algumas pessoas sofrem por anos antes de serem corretamente diagnosticadas e tratadas. Como diabetes ou doenças cardíacas, o Transtorno Bipolar é uma doença de longa duração que deve ser manejada com cuidado ao longo da vida da pessoa.
Tratamento do transtorno
Medicamentoso – Existem vários tipos de substâncias usadas no tratamento do transtorno bipolar, dependendo do estado em que o paciente se encontra: estabilizadores do humor, antidepressivos, antipsicóticos e tranqüilizantes. Para tratar uma crise de depressão pode ser necessário o uso de antidepressivos. Quando a pessoa já teve pelo menos três crises é aconselhável não adiar o tratamento de manutenção, para evitar ou reduzir a gravidade de novos períodos de doença. A melhora completa pode levar alguns meses e depois disso é necessário manter as medicações usadas na fase aguda da doença por mais algumas semanas ou meses, dependendo da gravidade.
Psicológicos – Entrar em contato com os sintomas do transtorno bipolar causa sofrimento e pode ser traumatizante para o paciente e a família. O medo de como isso vai afetar sua vida, o preconceito, a aceitação do diagnóstico requerem atenção psicológica. Para aceitar é necessário conhecer a doença a ponto de diferenciar seus pensamentos e sentimentos, fazendo decisões baseadas em conhecimento e não em emoções. Tratamentos psicológicos procuram fornecer boas informações, orientação e motivação em um ambiente de apoio e confidencial. Há vários tipos, dependendo da necessidade específica de cada paciente, como psicoterapias individual ou grupal, terapia familiar ou conjugal.