O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), acelerou em julho e ficou em 0,54%. O feijão carioca, que ficou 58% mais caro, puxou o índice para cima.
Com os dados de julho, a prévia da inflação acumula 5,19% no ano e 8,93% em 12 meses. Em junho, o indicador havia mostrado alta de preços de 0,4%. Em julho do ano passado, foi de 0,59%. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no dia 21 de julho.
A prévia da inflação em 12 meses continua acima do limite máximo da meta do governo. O objetivo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de dois pontos para mais ou para menos, ou seja, pode variar entre 2,5% e 6,5%. A inflação oficial no Brasil fechou 2015 em 10,67%, acima do limite máximo da meta. Foi a maior alta de preços anual desde 2002 (12,53%).
Leite mais caro, cebola mais barata – Além do feijão, outros alimentos encareceram bastante, como o leite (+15,54%), a mandioquinha (+14,06%), a manteiga (+6,26%) e o arroz (+ 3,36%).
Por outro lado, mamão (-32,16%), cebola (-29,02%), cenoura (-20,9%) e pimentão (-23,99%) ficaram mais baratos. Passagem aérea encareceu 19% – Além dos alimentos, o preço das passagens aéreas também pressionou a prévia da inflação. Elas ficaram 19,05% mais caras no início de julho e puxaram a alta de 0,17% nos preços do grupo de transportes. A passagem do ônibus interestadual também aumentou (+3,69%).
Gasolina e conta de luz – Segundo o IBGE, a maioria dos outros itens que compõem o IPCA-15 de julho desacelerou. Os combustíveis ficaram 1,3% mais baratos, com queda de 1,11% no preço da gasolina, e a conta de luz residencial caiu 1,65%.
Perspectivas – O IPCA-15 de julho foi mais alto que o esperado por analistas consultados pela agência de notícias Reuters, que previam índice de 0,46%. Para o final de 2016, economistas consultados pelo Banco Central para a pesquisa Focus veem inflação de 7,26%.
Considerando os próximos 12 meses, a projeção de inflação divulgada na última segunda-feira (18) caiu de 5,83% para 5,7%. Para 2017, os economistas preveem inflação de 5,3%.
Feijão subiu 58,06%
Os alimentos puxaram a prévia da inflação em julho, segundo o IBGE, com aumento de 1,45% nos preços. É a variação mais alta para meses de julho desde 2008, quando foi de 1,75%. O que mais pesou no índice foi, novamente, o preço do feijão, principalmente o carioca, que subiu 58,06%. Já as demais variedades de feijão também tiveram aumentos significativos no início do mês.
Com a disparada dos preços, o feijão carioca acabou virando alvo de piada nas redes sociais. O principal motivo para a alta nos preços é o clima, que prejudicou a produção em duas safras seguidas, sobretudo no Paraná, principal produtor do País. Com menos feijão no mercado, o preço subiu. Em algumas lavouras, foi registrado até o roubo de quilos do produto ainda no pé.