No ano, o setor acumula queda de 4,9% e em 12 meses, de 4,6%. Em abril, o volume do setor de serviços do País recuou 4,5% frente ao mesmo período do ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o pior mês de abril da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), que teve início em 2012.
É a 13ª queda consecutiva mensal. Em março, o recuo havia sido de 5,9%. “O setor de serviços sempre tende a acompanhar essa tendência da indústria”, diz Roberto Saldanha, analista de serviços e comércio do IBGE.
Em abril, a indústria caiu 7,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior. “O setor de serviços para zerar essa perda até dezembro de 2016 tem que crescer 0,6% ao mês, crescimento real até dezembro. Para zerar a perda acumulada até abril, para terminar o ano com zero. Por enquanto a gente não está vendo tendência de reversão”, afirma.
“O setor de serviços é atrelado a esses dois setores, o comércio e a indústria, ocorrendo uma recuperação no setor industrial certamente vai refletir de uma forma positiva no setor de serviços também. Ressaltando que o setor de serviços depende da recuperação do poder aquisitivo da população. Então, são dois lados: depende da recuperação do setor industrial e da recuperação do poder aquisitivo da população e uma melhora nos níveis de desemprego”, analisa Saldanha.
Tecnologia da informação
Houve variações negativas em todos os segmentos do setor: serviços prestados às famílias (-3%), serviços de informação e comunicação (-3%), serviços profissionais, administrativos e complementares (-5,4%), transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (-6,5%) e outros serviços (-3,3%). Serviços de tecnologia da informação, que faz parte do segmento de serviços de informação e comunicação, foi o único subitem que apresentou crescimento real em abril (de 1,6%), aponta Saldanha.
Saldanha diz que os serviços prestados às famílias continuam em queda e são afetados principalmente pelo desemprego e pela queda na renda das famílias. Mas ele afirma que a pesquisa mostra uma tendência de reversão no segmento, que engloba atividades artísticas, esportivas e de lazer, tratamento de beleza, funerárias, serviços pessoais e outros; e em outros serviços (atividades imobiliárias, serviços de manutenção e reparação, auxiliares financeiros, entre outros).
O segmento de atividades turísticas, que havia retraído em março (-2,3%) e subido em fevereiro (1,3%), caiu 3,6% em comparação com abril de 2015. “Na hora de cortar gastos você vai cortar as viagens, o essencial ele vai manter. Enquanto não tiver uma melhora na situação, o setor fica vulnerável a estas questões. Lógico que agora com as Olimpíadas vai trazer benefícios em outros estados, o setor deve ser beneficiado com toda essa demanda de serviços turísticos, que afetam alojamento, alimentação, translado, transporte aéreo”, comenta.