O tombo nas temperaturas não parece combinar com a guinada nos preços de alguns dos quitutes mais apreciados pelos gaúchos nas estações frias. O campeão da inflação é o pinhão, cujo valor do quilo atingiu dois dígitos nos supermercados e nas feiras. Em alguns estabelecimentos, a semente está custando acima de R$ 10,00. “O pinhão teve uma quebra de safra de 20%, por isso os preços estão altos e devem continuar subindo”, alerta Antônio Cesa Longo, presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas).
Tampouco quentão ou chocolate quente dão refresco ao bolso. Conforme o levantamento de preços da Ufrgs (IPC/Iepe), o preço médio da garrafa de vinho subiu 11,8% nos últimos 12 meses, e a embalagem de 400g do chocolate em pó, 23,3%. “Os chocolates têm um problema de escassez mundial de matéria-prima, que já se refletiu também nos preços dos ovos nesta Páscoa”, lembra Longo.
No caso dos vinhos, houve aumento de impostos na virada do ano, e a disparada do dólar atinge em cheio os rótulos importados. Até o mocotó, feito com ingredientes de menor refino, salgou de vez: o custo de preparo subiu quase 20%, conforme restaurantes e aficionados pelo prato.
Se serve de consolo ao paladar, a erva-mate e a bergamota – combinação boa para passar o tempo sob o sol nos parques – ficaram mais baratas do ano passado para cá. A erva-mate, que chegou a passar dos R$ 13 no ano passado, reencontrou preços um pouco mais razoáveis, e a média do quilo sai por R$ 12,35.