| Carlos Panni
Médico e escritor
Este foi o lema da Campanha da Fraternidade de há mais de dez anos. Desde então, e talvez desde muito antes, as sementes de uma indignação justa, digna e necessária esteja sendo plantada e desenvolvida na mente e no coração de todos nós. Dez anos depois os frutos começam a amadurecer… e o povo está nas ruas…
Vivemos, de fato, no limite da indignação e da revolta contra os intermináveis e indescritíveis abusos que ferem e dilaceram nossos direitos, nossa dignidade e nosso brio. São tantas as injúrias e injustiças que já não podemos avaliar a profundidade e a extensão dos danos causados em todos os aspectos da vida humana e da natureza. O homem e a terra clamam por justiça e transformação.
Desiludir, desesperar e desistir são verbos que precisam ficar no passado… Agora é hora de levantar-mo-nos, sacudir a poeira e dar a volta por cima…
Não podemos nos dar por vencidos numa guerra onde sempre fomos “bonzinhos”, acomodados e massacrados… As vítimas têm sido tão somente, a dignidade, o direito, a saúde, a educação, a segurança, a dignidade, a “Ordem e o Progresso”…
Não é hora de deixar como está para ver como é que fica, porque fica sempre pior. Exatamente por termos cruzado os braços, a violência, a criminalidade e a corrupção foram crescendo e se agigantando a tal ponto de se tornarem quase irreversíveis…
É hora de nos indignarmos, sim! Já obtivemos algumas vitórias, mas em termos de democracia, de direito e de dignidade, a batalha não termina nunca… Precisa ser permanente a vigilância, o controle e a participação para termos voz e vez, e mudar os rumos da política, da ordem, das prioridades…
Falar em política em tempos de tantos paradoxos e absurdos pode parecer uma ironia, mas… mas é através dela que as coisas podem mudar… e só mudará se deixarmos a reclamação e o comodismo de lado para fazermos a nossa parte. Cabe, a cada um de nós, sem distinção ou exclusão, ajudar a salvá-la: “Pátria amada, salve, salve…”
PS: Não sou candidato!