Texto por | Denise de Oliveira Milbradt | Foto Fernando Planella
Vicente Pires e Gilso Nunes despedem-se em 2016 da segunda gestão à frente da Prefeitura de Cachoeirinha com cronograma de obras em dia. A primeira delas é o tão esperado projeto de mobilidade urbana, iniciado no final do mês de abril, e com previsão de ser concluído num prazo de dois anos. Nele estão previstos a repavimentação de vias, melhorias nos passeios públicos, saneamento básico e a construção de 18 quilômetros de ciclovia, ligando o Distrito Industrial aos bairros. Segundo o prefeito Vicente Pires o projeto está orçado em R$ 48 milhões e são resultantes dos programas Pró Mobilidade e Pac Mobilidade, financiados via BNDES.
Vicente também festeja ao que chamou de ‘erradicação dos alagamentos na área central’ resultantes das obras do Conduto Forçado. Ainda orgulha-se de ter contribuído para o aumento do número de vagas nas escolas de educação infantil da rede municipal. De 1,4 mil subiu para 2,8 mil, assim como as melhorias educacionais garantidas com as reformas de unidades e a distribuição dos uniformes e material escolar. Além do programa ‘Alvo no futuro’, que atende hoje mais de 70 crianças em situação de vulnerabilidade social no contraturno da escola.
Na área da saúde, o município ganhou visibilidade na mídia com a inauguração da Reviver – primeira clínica pública de reabilitação no País. Até agora já foram internados 320 pessoas, destes, 82 continuam longe das drogas, conforme contabiliza o prefeito. “Termino o mandato sentindo-me com o dever cumprido. Terei orgulho de contar aos meus netos, que contribui de alguma forma para a melhoria da cidade que escolhi para viver”, salienta Vicente Pires.
Presente para a cidade
-Inauguração Casa de Cultura Demósthenes Gonzales
-Inauguração quadra poliesportiva da Escola Municipal Prof. Ivo Rech
-Inauguração de Escola de Educação Infantil no Jardim Colinas
-Inauguração de uma nova Unidade de Pronto Atendimento (UPA)
Uma cidade cultural
No mês em que comemora o cinquentenário de emancipação, Cachoeirinha recebe de presente a sua primeira Casa de Cultura. O espaço onde funcionava antigamente um armazém, desativado há várias décadas, fica próximo da ponte que liga o município a Porto Alegre. Aos poucos as ruínas foram ganhando cores, formas e agora passará a receber os principais eventos culturais dos muitos artistas locais e também de todo o Brasil. Com um investimento estimado em cerca de R$ 550 mil, oriundos dos cofres municipais, a reforma do casarão (como fora batizado carinhosamente pelos moradores) tem mais de 1,2 mil metros quadrados de área construída, distribuídas entre a casa e os três pavilhões anexos. O projeto contempla uma recepção, onde também funcionará a administração e servirá para a exposição de obras de arte itinerante, além do foyer em um dos pavilhões. É neste local que também ficará o palco para shows com capacidade para 200 pessoas.
A diretora de Cultura da Prefeitura de Cachoeirinha, Sônia Tonolher resume o momento como ‘um sonho realizado’. Sonho este idealizado pelo crescente número de manifestações culturais, que se propagaram pela cidade desde que foram criados os fundos de cultural do município. Foi quando muitos artistas locais se revelaram e os espaços públicos tornaram-se pequenos. Sônia explica que a identidade artística local evoluiu e hoje já é exemplo para outras cidades. “São muitos os artistas descobertos, seja na área literária como das plásticas e musicais. Somos uma cidade cultural”, afirmou.
Homenagem – O nome da Casa de Cultura, que será inaugurada, este mês presta uma homenagem ao jornalista, escritor e compositor Demósthenes Gonzales, que apesar de não ter nascido em Cachoeirinha, elegeu a cidade para sua moradia do final da década de 60 até meados dos anos 2000, quando faleceu. Em vida trabalhou na produção de várias obras culturais, tendo publicado ainda os livros ‘Ofício de viver’, ‘Sabedoria do envelhecer’, ‘O colecionador de anúncios’ e ‘Rua verde’.