Prof. Saus Sastre
Diretor de Administração e Finanças do Daer
Doutorando em Administração
Arthur Bender, no seu livro “Personal Branding” fala sobre a importância da marca pessoal de cada um. Em uma parte, pergunta com que palavra somos descritos pelas pessoas que nos conhecem? O exercício é mais ou menos assim: “Ao entrar em um restaurante para almoçar, você se depara com um conhecido, numa mesa próxima, acompanhado de uma pessoa. Você se aproxima e por gentileza cumprimenta os dois. Seu conhecido lhe dirige duas ou três palavras e vocês se despedem com novos cumprimentos. Você vira as costas e caminha até a sua mesa. Nesse exato momento, você será descrito com uma palavra. Com que palavra que você será descrito? ”
A lógica da nossa definição está nos sinais que emitimos, através da maneira como nos relacionamos, o que falamos e os símbolos carregados conosco. Alaor era meu colega de faculdade. Adorava seu jeans roto e suas camisetas “gola alargada”, como ele mesmo dizia. Não tinha vaidade nem para trocar o calçado. O velho tênis “Rainha” famoso da década de 80, já contava seus passos há muitos anos. Nas suas mãos, nada além de anéis, em destaque, um com formato de caveira. Tinha um andar meio arqueado e sempre com uma pasta com alça, estilo Led Zepelin dos anos 70, pendurada nos ombros.
Adorava festas. Não existia Facebook, mas se tivesse, suas fotos e postagens seriam sempre sobre “baladas”. O tempo foi passando e a vida começou a lhe cobrar mais, porém a imagem que passava não lhe permitia voos maiores. As empresas não lhe davam oportunidades, apesar de ter uma mente diferenciada dos demais colegas. Sua marca pessoal estava desalinhada com suas ambições.
Um dia, aparece em sala de aula transformado. Terno, gravata, sapato lustrado e sem anéis. Quase ninguém o conheceu. Foi um susto e a “folgação” foi geral. Alaor decidira mudar sua história e teve que mudar ele mesmo. Seus relacionamentos e sua fala já haviam mudado a tempos, só faltava trocar o “uniforme”.
Finalmente tinha conseguido a oportunidade que tanto almejava, estava trabalhando em uma grande empresa. Tinha uma ambição radical e por isso teve que mudar os sinais de sua marca. Quando temos um objetivo, nossos sinais devem estar sintonizados com o que almejamos. Fica a reflexão: Que sinais sua marca está emitindo nesse momento?