Texto por Denise de Oliveira Milbradt |Foto divulgação
As baixas temperaturas, características do inverno que assola o Estado, requerem mudanças de hábitos. A alimentação deve aquecer o corpo para a produção de energia, além do cuidado especial na vestimenta com a adição de agasalhos reforçados. Como passamos mais tempo reclusos em casa e permitimos menos ventilação nesses ambientes ficamos vulneráveis a diversas doenças, sejam elas oriundas de processos alérgenos ou respiratórias. Tudo porque ficamos mais expostos ao pó, ácaros, inseetos e pólen causadores de alergias e que ainda deixam as portas abertas para os vírus.
Durante a época mais fria do ano, é comum a irritação do nariz, espirros e coriza constantes. Muitos podem confundir esses sintomas de gripe ou resfriado com aqueles causados por crise de rinite alérgica. Você sabe a diferença entre elas?
A pediatra Caroline Moraes Oliveira explica que os quadros de coriza, tosse, acompanhados de dores no corpo e falta de apetite são geralmente secundários a uma infecção, sendo os vírus os maiores responsáveis. Quando há um quadro semelhante, porém de curso mais crônico, com coceira nasal, história familiar de alergia, história pessoal de asma ou dermatites é provável que se trate de um quadro alérgico.
A gripe e o resfriado são doenças virais que são acompanhadas de congestão nasal, cefaleia, dores no corpo, tosse e dor de garganta. O resfriado é uma doença mais branda, que dura até 5 dias, podendo se apresentar com febre baixa. Já a gripe possui quadro semelhante, porém acompanha-se de intensa dor no corpo, cefaleia, falta de apetite, deixando muitas vezes a pessoa “acamada”. Esse quadro pode ter um curso um pouco mais prolongado podendo durar até uma semana. “Quando há importante acúmulo de secreções nas vias aéreas superiores, geralmente decorrentes de gripes ou resfriados de longa duração, os chamados “mal curados”, acompanhados de coriza purulenta, tosse noturna ou ao deitar, febre, dor na face, instalou-se um quadro de sinusite bacteriana. Nesse caso, há necessidade do uso se antibióticos específicos”, confirma a médica.
A gripe, assim como resfriado são doenças autolimitadoras,ou seja, melhoram espontaneamente sem necessidade de medicação específica, apenas aquelas para alívio dos sintomas como a dor, febre ou obstrução nasal, conforme a médica. Mas, é importante que pacientes com doenças alérgicas das vias aéreas superiores como a rinite procurem a ajuda de um especialista. “Nos casos de rinite alérgica o mais importante é o fator ambiental. É imprescindível afastar o doente das substâncias alergênicas, além de realizar a higiene nasal com solução fisiológica diariamente. Nos casos de gripe e resfriado é necessário repouso, analgésicos nos casos de dor ou febre e aumento da ingesta de líquidos”, frisa Caroline.
Recomendações médicas
Segundo a especialista, para que se consiga evitar as doenças alérgicas e as infecções virais nesta fase do ano é importante que a população mantenha a casa ventilada, evitem acumular em casa objetos que acumulem poeira como cortinas, carpetes. É necessário umidificar o ar nos lugares de baixa umidade. Se possível que a casa receba luz solar durante o dia. Aumentar sempre a ingesta de líquidos, alimentar-se adequadamente. Usar agasalhos apropriados e evitar a exposição excessiva ao frio são importantes. Lavar sempre as mãos e é claro, evitar contato com pessoas resfriadas ou gripadas. Ela também recomenda a vacina contra a gripe, que previne as formas graves da doença. “Está recomendada nas faixas etárias mais suscetíveis aos cursos graves da doença, como as crianças e os pacientes com doenças crônicas e deve ser realizada nesses grupos de risco”, frisa Caroline.
Diferenças entre rinite alérgica e quadro viral
Diferentemente do resfriado, que se instala por alguns dias, a rinite alérgica ataca durante determinados períodos, sobretudo de manhã e à noite. Quase sempre apresentam os sintomas minutos após o contato com o alérgeno, e metade deles volta a ter uma crise de 4 a 6 horas depois. Estudos mostram que crianças filhas de pais alérgicos têm 80% de chance de serem alérgicas também. Isso mostra que a genética tem papel fundamental na questão.
Reconheça os sintomas
Em idade escolar, os quadros virais, como gripes e resfriados, não são novidade. Eles normalmente são seguidos por febre e indisposição. No caso da rinite alérgica, os sintomas mais comuns são a coriza branca diária, principalmente pela manhã e à noite, coceira nos olhos e nariz, e congestão nasal. A criança que tem rinite alérgica dorme de boca aberta, ronca, tem aspecto cansado, pode ter olheiras e, em situações mais graves, pode até apresentar crescimento comprometido e dificuldades escolares.
Dicas para evitar as doenças de inverno
* evitar lugares aglomerados, úmidos e embolorados;
* deixar sempre a janela aberta para circulação do ar em ambientes fechados;
* lavar as mãos constantemente;
* não levar as mãos sujas aos olhos e, principalmente, ao nariz.
Causas da rinite alérgica
Várias substâncias presentes no meio ambiente são alergênicas, mas predominam a poeira, a poluição, o pólen e alguns alimentos. A poeira tem vários componentes, como restos de pelos de animais, descamação da pele humana e de animais e restos de insetos, bactérias, fungos e ácaros.