Prezados leitores, chamo-me Elvis Valcarenghi e a partir desta edição estarei utilizando este espaço para dividir com vocês minhas ideias sobre política e economia. Sou graduado em Gestão Estratégica das Organizações, ocupei cargos importantes em companhias multinacionais no setor de telecomunicações. Também sou empresário do ramo imobiliário e, atualmente, ocupo a Secretaria de Planejamento e Captação de Recursos do município de Cachoeirinha.
| Elvis Valcarenghi
Secretária Municipal de Planejamento e Captação de Recursos de Cachoeirinha
Certo dia fiz uma pergunta a um religioso cristão: Porque há um grande contingente de instituições religiosas de diferentes nomenclaturas se o mestre é apenas um? Ele me respondeu que as igrejas são criadas sob a crença de partes muito específicas da Bíblia, que para os fundadores destas agremiações, ao interpretá-las, pareceu ser mais importante do que as demais partes.
Em tempos das tão aclamadas e necessárias reformas na administração pública federal forma-se uma quantidade significativa de supostos especialistas que ora enaltecem ora criticam a modelagem apresentada. O eleitor ao escutar as partes, fica confuso sem saber a quem dar crédito. A partir deste cenário cria-se uma polarização do bem contra o mal e lá se foi o debate de argumentos e restou apenas a defesa do modelo “minha ideia é melhor só porque é minha e eu sou do bem”. É possível que em algum momento de nossas vidas tenhamos nos deparado com uma pequena modificação em nossa casa. Esta pequena intervenção em uma casa de família, gera expectativas antes de ser feito e conclusões apressadas depois de pronto. Alguém haverá de não gostar da nova cor, outro fará ponderações estas e aquelas sobre como antes era melhor. Se a intervenção na casa for de maior complexidade e abrangência, tal como a reforma da previdência que tramita no Congresso Nacional a tal alteração poderá morrer no início. Sou um reformador. Acredito que só melhoramos reformando. Quando há alguma proposta de mudança sou sempre o primeiro a levantar a mão porque acredito que o resultado a partir da mudança sempre será melhor. Por isto, tenho a tendência a sempre gostar da ideia de mudança antes mesmo de saber o seu conteúdo. Contudo, isto não me tira os critérios e as preferências, mas o que tem ocorrido com a reforma do momento, e não devemos esquecer da política e da fiscal a tempos prometida, é que os especialistas que são a favor e os que são contra se debruçam em fragmentos das propostas, os quais sob seu viés são mais relevantes, e apontam o dedo pesado para as virtudes ou para os defeitos específicos daquele fragmento da proposta. Isto gera uma distorção absurda no debate e acaba virando uma briga de qual tem mais razão secundarizando o tema que é: O que é melhor para a maioria do Povo trabalhador. Se a economia proposta é de 1 trilhão de Reais em 10 anos, eu concordo, mas se para obter esta economia pessoas terão que morrer, eu não concordo. Porém, para que tenhamos a nossa própria opinião sugiro que paremos de dar ouvidos aos supostos especialistas e passemos a ter nossa própria convicção a partir da leitura integral da proposta de reforma da previdência e o façamos igualmente em relação a outros temas complexos que suscitam defensores do bem ou do mal sem nenhuma responsabilidade com o conteúdo e com o bem estar da maioria das pessoas. Democracia não é um sistema infalível mas podemos fazer melhor uso dela começando por conhecer com a profundidade necessária os temas complexos em debate pelo bem do nosso Brasil.