A tuberculose é uma infecção que se instala, geralmente, nos pulmões, mas pode também atingir ossos, rins e até a meninge, membrana que envolve o cérebro. O principal sintoma é a tosse persistente, cujas secreções podem contaminar pessoas próximas ao doente. O número de casos caiu consideravelmente nas últimas décadas, depois de esforços globais para a redução da doença. Ainda assim preocupa e muito. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil registrou 72,8 mil novos casos da doença só no ano passado e 4.534 óbitos em 2017.
Diante dos números, o Ministério da Saúde aproveitou o 24 de março, Dia Mundial de Combate à Tuberculose, para lançar uma nova campanha de conscientização. Apoiadas no slogan “Com o apoio de todos, vamos vencer a tuberculose”, as peças veiculadas em rede nacional destacam a importância da identificação dos sintomas, do diagnóstico precoce e da adesão ao tratamento. Homens de 25 a 40 anos são os mais afetados e, por isso, ganharão protagonismo na campanha. Eles deverão procurar as unidades básicas de saúde do seu município para a imunização. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também se manifestou, reforçando a urgência de ampliar o acesso ao atendimento em serviços de saúde, de garantir financiamento para pesquisas e de promover o fim do preconceito.
Tratamento longo, mas muito eficaz
Apesar de perigosa, a tuberculose pode ser tratada com antibióticos – eles quase sempre funcionam. A taxa de cura atual nas Américas, segundo a OPAS, é de 75%. Até 2030, esse índice deve subir para 90%, enquanto os novos casos devem cair 80%. Acabar com a epidemia global é uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).
Um dos principais desafios para chegar lá envolve a adesão ao tratamento, que é demorado – são no mínimo seis meses de remédios diários, oferecidos gratuitamente no SUS. Como logo nas primeiras semanas a pessoa já se sente melhor, a chance de abandonar os comprimidos aumenta.
Entretanto, não tomar os comprimidos direitinho pode até tornar a doença mais agressiva. Isso porque aumenta o risco da instalação de uma tuberculose resistente a medicamentos, bem mais difícil de eliminar.
Outro fator que atrapalha a luta contra esse transtorno é social. A transmissão da tuberculose está ligada principalmente a condições precárias de vida ou a déficits no sistema imunológico – que são mais comuns entre pacientes com aids, por exemplo.
Por causa disso, há uma boa dose de preconceito atrelada às vítimas dessa infecção. E, consequentemente, ela e seus tratamentos são menosprezados.
Como evitar – A melhor maneira de se prevenir é tomar a vacina BCG, disponível nos postos de saúde para crianças do 0 aos 5 anos. A dose, geralmente dada logo depois do nascimento, protege contra as formas mais graves de tuberculose e não precisa ser reaplicada. Manter ambientes bem ventilados e com entrada de claridade natural também diminui a circulação da bactéria, que é sensível a luz solar. Aliás, ela é transmitida por meio de gotículas que são expelidas em espirros, tosses e afins. Já quem teve contato direto com indivíduos com tuberculose deve ser avaliado para verificar a eventual presença de alguma infecção latente – quando o micro-organismo já invadiu o organismo, mas ainda não provocou estragos. A tosse que persiste por mais de três semanas é o sintoma clássico da forma ativa da infecção. Fadiga, febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento também podem aparecer. Se houver suspeita, procure orientação médica.