| Carlos Panni
Médico e escritor
Com certeza, não é!
Num tempo tão globalizado e materializado, as coisas (descobertas, invenções, inovações) encantam os olhos e podem cegar os corações.
Aproxima-se o Natal e, com ele, milhões de mensagens lindas, bem boladas, emocionantes até invadem os meios de comunicação, mas com um conteúdo – maciçamente – materialista.
Nada contra os avanços tecnológicos que tanto nos facilitam e nos agradam, mas as “coisas” criadas não podem ultrapassar em importância e prioridade o seu criador. Ou seja, a pessoa. Mais importante ainda quando nos referimos ao CRIADOR.
Por isso o desafio, cada vez maior, de não nos deixarmos seduzir pelos pirilampos ou fogos de artifício que enchem de luzes e efeitos especiais as noites natalinas. De tão belas, podem ofuscar. Podem nos levar a acreditar que a melhor coisa do mundo é, de fato, uma coisa.
Ledo engano!
Deus acima de todos (sem querer parafrasear) e a pessoa (humana na forma, mas de essência divina) é que são – ou deveriam ser – considerados o maior e o melhor de tudo o que há no universo.
Voltando-nos para o ser humano, na sua estupenda complexidade, nos faz refletir sobre os seus reais valores e necessidades que, com certeza, não está nas coisas.
O amor continua sendo – e será sempre – o maior presente, o alimento que mais fortalece, o oxigênio que dá vida, a água que sacia todas as sedes…
Poético? Não é meu dom nem minha pretensão. São considerações sobre o amor que está (aceito ou negado) profundamente incrustrado em cada fímbria do coração de todos nós. Pode parecer também que falar em Deus, em amor e em coração seja alguma coisa “retrô”, “demodê”, cafona ou o que mais possa desqualificar estas crenças ou sentimentos fundamentais. Contudo, ninguém pode negar o milagre da vida, a importância do abraço e a doçura no sorriso de uma criança…
Neste Natal – e em todos os outros dias – dê abraços, beijos, carinho, proteção, zelo, valor, respeito e muito amor…
Tudo isso, com certeza, não são coisas…