Texto | Denise de Oliveira Milbradt – Foto | Divulgação
Muitos são os motivos que levam crianças e adolescentes a serem conduzidas para abrigos: do abandono à negligência, resultantes de quadros de extrema pobreza e maus-tratos gerais. Hoje são mais de 44 mil meninos e meninas vivendo neste tipo de instituição, destas, porém, apenas cerca de 5 mil estão aptas para adoção. De acordo com o Cadastro Nacional de Adoção, apenas 1 em cada 8,15 crianças abrigadas no País. Além deste triste índice, ainda há o dificultador idade, pois a preferência da maioria das famílias é por crianças de até 3 anos e branca. Quem foge ao perfil corre o risco de nunca encontrar um lar e ter que permanecer abrigada até atingir a maioridade penal, ou seja, 18 anos. Com o objetivo de oportunizar às crianças e adolescentes vínculos afetivos que possam ser suporte futuro na perspectiva de desligamento institucional, foi lançado o projeto Apadrinhamento Cachoeirinha.
O projeto é resultado de uma parceria entre a Elo – Organização de Apoio a Adoção, as instituições de acolhimento, Prefeitura Municipal, Promotoria e Juizado da Infância e Juventude de Cachoeirinha e está com inscrições abertas a pessoas da comunidade que possuem interesse em apadrinhar. O interessado deverá inscrever-se enviando um e-mail ao projeto apadrinharcachoeirinha@gmail.com, onde deverá preencher uma ficha de inscrição para a participação de uma reunião explicativa. Aprovado, passará por um cronograma de atividades preparatórias, incluindo entrevista individual.
Uma das voluntárias responsáveis pelo projeto Apadrinhamento Cachoeirinha é Tassita Medina. Ela conta que qualquer pessoa, desde que maior de 18 anos e esteja disposto a doar um pouco do seu tempo para um menor abrigado, poderá participar da ação.
A reunião de lançamento do Apadrinhar para a comunidade ocorreu, no dia 27 de agosto, no salão do júri do Fórum. Neste dia os interessados em participar puderam tirar as suas dúvidas com relação ao projeto. Até outubro deverá ser definido o cronograma de oficinas preparatórias, que serão oferecidas aos futuros padrinhos. Quem os escolherão, contudo, serão as próprias crianças, entre 11 e 17 anos, em situação de acolhimento institucional a partir da análise de um vídeo, que deverá ser feito pelos padrinhos. O candidato que despertar o interesse da criança receberá um novo vídeo de apresentação. O próximo passo, conforme Tassita será intermediar os primeiros encontros até que a relação ganhe mais independência. Devem participar do projeto cerca de 10 jovens.
De acordo com o presidente da Elo, Peterson Rodrigues esse não é o caminho para a adoção. Ao contrário, ele serve para que aqueles que não foram adotados possam ter um vínculo para sempre com alguém.
Como ser padrinho?
– O interessado deverá inscrever-se enviando um e-mail ao projeto apadrinharcachoeirinha@gmail.com, onde deverá preencher uma ficha de inscrição para a participação de uma reunião explicativa.
– Após conhecer detalhes do projeto, deverá providenciar a documentação exigida e entregar no juizado da infância e juventude, para matricular-se e assim participar de oficinas de capacitação promovidas pela Ong Elo, passar por entrevista individual com a equipe técnica e assim habilitar-se para o projeto. Após este processo, haverá a vinculação entre o padrinho/ madrinha e afilhado/afilhada.
Requisitos:
– Ser maior de 18 anos;
– Residir em Cachoeirinha ou arredores, onde possa visitar e buscar seu afilhado em Cachoeirinha com frequência;
– Ter disponibilidade de tempo para participar efetivamente da vida do afilhado;
– Não estar habilitado ou em processo de habilitação para Adoção;