Cuidar da saúde bucal vai muito além das escovações diárias recomendadas pelos dentistas. Além de dedicar tempo e esforço à atividade, principalmente após as refeições, é preciso ficar de olho em alguns hábitos corriqueiros que prejudicam os dentes, mas que passam despercebidos em muitas ocasiões.
Num primeiro momento, gestos como palitar os dentes e roer as unhas soam inofensivos. Em longo prazo, porém, eles resultam em agressões graves à estrutura dental, com desgaste das extremidades dos dentes e inflamações na gengiva. A musculatura envolvida no processo de mastigação também é impactada pelo esforço repetitivo, aumentando dores musculares e articulares durante as refeições. Confira outros comportamentos que podem comprometer a sua saúde bucal:
Abrir embalagens com os dentes – Apesar de muito comum, o hábito de abrir embalagens ou mesmo a garrafinha de água com os dentes não é nada saudável. A força excessiva utilizada no gesto pode estressar a estrutura dos dentes, causando fraturas e trincas. Além disso, a embalagem pode permanecer intacta, às custas de um dente bem dolorido. Melhor poupar o estresse e ter ao alcance das mãos qualquer outra ferramenta, como uma tesoura.
Morder tampas e pontas de canetas – Muitas pessoas que têm esse hábito nem sequer se dão conta disso. Em momentos de estresse ou concentração, leva-se a caneta à boca quase que por instinto, triturando o plástico com os dentes sem se dar conta do estrago. Assim como abrir embalagens com a boca, forças excessivas e hábitos parafuncionais (involuntários) frequentes acabam causando um estresse excessivo e anormal na estrutura do dente e do periodonto, podendo causar trincas ou fraturas.
Escovar os dentes de qualquer jeito – Na correria do dia a dia, muitos se esquecem da importância de fazer uma higiene bucal adequada e acabam deixando aquela escovação mais caprichada para depois. As doenças bucais envolvem bactérias como causa principal. Por isso, uma boa escovação não só ajuda a conquistar um bom hálito, como também previne a proliferação de micro-organismos que prejudicam dentes e gengivas.
Café e vinho em excesso – O problema desse hábito não está nas bebidas em si, mas nos corantes presentes em cada uma delas. Tanto o café, quanto o vinho podem, com o tempo, deixar os dentes com um aspecto envelhecido já que os corantes podem manchar o esmalte dos dentes e escurecê-los com o tempo.
Refrigerantes e açúcar – O cuidado com o consumo de refrigerantes e outras bebidas açucaradas deve ser redobrado, principalmente quando avaliamos o impacto na saúde dos dentes. Elas podem acabar com tecidos importantes para a proteção dos dentes, como o esmalte e a dentina, deixando-os expostos e mais sensíveis.
Palitar os dentes – O atrito de instrumentos externos, como no caso dos palitos de dente, pode gerar perdas substanciais de estrutura dental, desgastando o esmalte, além de machucar a gengiva. Isso, aliás, pode causar a sua retração e expor a raiz dos dentes. Por isso, esqueça os palitinhos da mesa do almoço. Apenas o fio dental pode ser utilizado para fazer a limpeza entre os dentes de forma confiável e segura.
Sucos ácidos – Frutas cítricas como laranja e limão são ricas em vitamina C nutriente que ajuda a fortalecer as defesas naturais do organismo e nos protege de uma série de enfermidades. Na prática, porém, a ingestão excessiva de sucos cítricos contribui para o a desmineralização do esmalte dos dentes, como no caso dos refrigerantes, graças à acidez natural das frutas cítricas.
Morder alimentos muito duros – Quando falamos de dentes, todo cuidado é pouco. Abusar da sorte e tentar quebrar, triturar ou partir alimentos muito duros, como uma bala de caramelo ou mesmo um pedaço de torresmo, pode levar a fraturas dentárias moderadas e graves, dependendo do caso. Além disso, o hábito promove o desgaste cada vez maior dos tecidos que fazem a proteção dos dentes, como o esmalte e a dentina.
Roer as unhas – Pessoas que já roeram ou ainda roem as unhas sabem que por trás do gesto aparentemente inofensivo existe uma válvula de escape para situações de estresse e tensão. E é justamente por isso que abandonar o vício é tão difícil, já que roer as unhas é algo automático, sem intenção – e nem por isso menos prejudicial.
O atrito repetitivo acaba levando ao estresse de algumas estruturas dos dentes, que tendem a apresentar lascas e fraturas com mais facilidade, além de contribuir para a retração da gengiva e até a reabsorção radicular do dente, ou seja, um “encurtamento” da raiz do dente. E tem mais: o estresse causado pelo ato de roer as unhas pode piorar dores musculares entre as têmporas e mandíbulas, devido ao esforço e tensão progressivos durante a mastigação.
Cigarros – Fumar não é um bom hábito para a saúde de uma maneira geral. Os dentes, que ficam em contato direto com as substâncias tóxicas expelidas pela fumaça do cigarro são os primeiros a sentir os efeitos negativos do vício. Isso porque as substâncias presentes no cigarro diminuem a vascularização dos tecidos moles que envolvem os dentes, diminuindo sua capacidade de nutrição e proteção. Em casos de doenças periodontais, como a periodontite avançada, sem possibilidade de tratamento e recuperação, o paciente precisará fazer a extração do dente inflamado.