Quarto de despejo – O livro Quarto de Despejo é o diário de Carolina, uma catadora de papéis, semianalfabeta, negra, pobre e favelada. É, também, autora, personagem e narradora do livro. Ela representa a voz dos excluídos, marginalizados por questões sociais e étnicas. É um diário autobiográfico e um documento sobre a vida de uma favela. O diário registra fatos importantes da vida social e política do Brasil, iniciando-se em 1955 e terminando em janeiro de 1960. Mineira de Sacramento, a autora foi para São Paulo, onde trabalhou como doméstica. Tornou-se catadora de papéis, de latas, ferros, e muitas vezes, de alimentos. Até ser descoberta e sair desse quarto de despejo, para se mostrar ao mundo.
Mulheres sem nome: a história por trás da história – Mulheres sem nome é inspirado em (duas) histórias reais vividas no período da Segunda Guerra Mundial. Martha Hall Kelly passou vários anos pesquisando e viajando pela Alemanha, França e Estados Unidos para entender esse universo sombrio — e carregado de lembranças — da vida de mulheres que se encontraram no único campo de concentração feminino Ravensbrück, na Alemanha. O livro Mulheres sem nome é costurado por fatos históricos e personagens femininas empoderadas numa época em que o empoderamento passava longe da teoria, mas era prática diária e garantia de sobrevivência. A autora opta por uma narrativa carregada de detalhes, cujo cenário é o regime totalitário alemão.
A Noite da Espera – No primeiro livro da trilogia “O Lugar Mais Sombrio”, o escritor volta ao romance e à ditadura militar. Ele conta a história de Martim, um jovem paulista que se muda para Brasília com o pai, nos anos 1960, depois de uma traumática separação da mãe. Na nova cidade, faz amizade com um grupo variado de adolescentes que vão desde filhos de embaixadores até migrantes desfavorecidos. A ausência da mãe se contrapõe às novas descobertas e é perpassada pela violência dos anos da ditadura.
Na figura materna ausente concentra-se a face sombria de sua juventude, perpassada pela violência dos anos de chumbo. Neste que é sem dúvida um dos melhores retratos literários de Brasília, Hatoum transita com a habilidade que lhe é própria entre as dimensões pessoal e social do drama.