Texto | Denise de Oliveira Milbradt | Foto | Divulgação
Padre Marcelo Rossi, depois de anos dedicados ao catolicismo, teve sua vida radicalmente afetada pelas fragilidades físicas. Uma das suas limitações têm nome e sobrenome: discopatia degenerativa. A doença, segundo especialistas é uma das consequências do processo de envelhecimento e afeta, principalmente, os homens na faixa etária dos 40 e 55 anos.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Coluna (SBC), o País tem mais de dois milhões de casos registrados e está associado à longevidade da população. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os idosos representam hoje 12% da população nacional, mas somarão mais de 30% em 2050.
Esse processo degenerativo que ocorre nos discos intervertebrais, ou seja, na estrutura cartilaginosa que fica entre uma vértebra e outra da coluna, acontece devido à perda de água da região. Geralmente, acomete pessoas que trabalham carregando peso de uma maneira irregular, faz muito esforço físico ou são submetidos a uma postura inadequada durante um grande período. Mas, existem outros fatores influenciadores, como a genética, a prática de esportes de alto impacto, a má postura, a obesidade e o tabagismo.
Um dos principais sintomas da doença é a dor lombar, isto é, na região das costas, que pode estender-se para as nádegas e atingir a região das coxas. Em casos mais extremos, quando atinge também as pernas e pé pode ser chamado de ciática.
Além do exame físico, exames de imagem como a ressonância magnética podem determinar o diagnóstico. Mesmo assim, nenhum processo degenerativo tem cura. Há, contudo, possibilidades de tratamento que objetivam a redução do desconforto, como o cuidado redobrado com a postura, equiparação do peso a partir da altura. Os médicos também sugerem evitar o levantamento de peso, mas recomendam a prática regular de atividades físicas que possam trabalhar o alongamento do corpo e evitam a hipertrofia muscular.
Os tratamentos disponíveis hoje podem ser caracterizados como conservadores e se resumem a medicamentoso, ou seja, que fazem uso de analgésicos e relaxantes musculares, além da fisioterapia. Todavia, nada adiantará se o paciente não mudar os seus hábitos diários como postura e alimentar, cujos casos extremos precisam ser submetidos a procedimentos cirúrgicos.
Nos casos de hérnia de disco, a cirurgia consiste na retirada do fragmento discal responsável pela compressão do nervo. Há três tipos de práticas cirúrgicas, a infiltração, que consiste na inserção de uma agulha para aplicação de uma dose de anestésico local, a endoscópica, um tratamento intermediário menos agressivo que descomprime a raiz nervosa através do endoscópio e a artrodese que, neste caso, é apenas indicada em casos extremos e pode ser caracterizada como a inserção de pinos na região.
Sintomas
-Dores nas costas e na região do pescoço são as manifestações mais comuns da doença. Contudo, os sintomas variam de pessoa para pessoa e de acordo com o local da coluna vertebral afetado;
-Muitas pessoas não sentem coisa alguma, ao passo que outras com lesões semelhantes se queixam de dormências ou dores severas e incapacitantes;
-Se o disco afetado estiver na região do pescoço, os sintomas podem incluir dores cervicais ou no braço. Na coluna inferior, os sintomas incluem dores lombares, nas nádegas ou nas pernas;
-Em todos os casos, a dor tende a piorar com os movimentos de extensão da coluna. Por exemplo: ao se abaixar para amarrar um cadarço ou ao se esticar para alcançar algo em uma prateleira mais alta.