Uma pesquisa desenvolvida na Universidade de São Paulo (USP) indicou que a pele do amendoim pode auxiliar na prevenção da obesidade e até da diabetes. O estudo apontou compostos naturais desse subproduto da indústria que inibem enzimas ligadas à absorção de carboidratos e também de gordura, cujos benefícios estão ligados a propriedades antioxidantes da pele do amendoim e também à ação dos chamados “compostos bioativos” que diminuem a absorção das moléculas de açúcar e de gorduras, que estão relacionadas ao diabetes e à obesidade. A menor absorção de açúcares e gorduras pode ser benéfica para o gerenciamento e prevenção do diabetes e da obesidade, respectivamente.
Esses compostos neutralizam a ação de radicais livres a partir da sua função antioxidante. Os radicais livres causam danos no DNA, que podem levar a modificações genéticas e progredir para um câncer. Eles também provocam processos inflamatórios e a formação de placas nas artérias, o que pode prejudicar e até impedir o fluxo sanguíneo até o coração, podendo levar a um infarto, conforme apontou a pesquisa.
Outra ação comprovada em laboratório foi a atividade antimicrobiana. Foram testados os compostos extraídos do amendoim e da sua pele em nove bactérias e houve a inibição do crescimento bacteriano em todas elas. O teste foi feito comparando-se com o antibiótico comercial Ampicilina. Esses compostos podem vir a ser utilizados como fontes de compostos antimicrobianos naturais, que podem auxiliar na prevenção de doenças de origem bacteriana.
Aplicação – Assim como já é feita com a comercialização de farinha de semente de uva e farinha de casca de uva, os pesquisadores envolvidos acreditam que a pele de amendoim poderá ser utilizada de forma “isolada” e estar disponível à população. Além, é claro, esses achados também podem contribuir para o incremento nos negócios na agroindústria do amendoim, uma vez que a pele do amendoim, removida no processamento industrial, é um subproduto ou resíduo agroindustrial, não sendo atualmente destinado à alimentação humana.