| Carlos Panni
Médico e escritor
A atividade política, sobretudo a executiva, exerce influência diuturna sobre a vida do cidadão. Novidade nenhuma! Contudo, muitos vivem à margem dela, outros procuram ignorá-la. Alguns escorregam na margem e morrem afogados. Outros, ingenuamente, acreditam ignorá-la e tornam se os maiores ignorantes (conforme Bertold Brecht). Ledo engano de uns e de outros!
A política não ignora e nem exclui ninguém! Por ação ou omissão, a política “urbi et orbi” está inserida no micro e no macro de cada sistema.
Pois bem, temos no Município não tão novos Executivo e Legislativo.
No Paço Municipal, um prefeito de primeira gestão e um vice-prefeito de vasta experiência na política municipal.
Mas vamos à análise: do igual ao diferente há uma gama de conjecturas, expectativas e possibilidades sobre a mudança na estrutura da Prefeitura. De fato, nós cidadãos contribuintes e não pedintes (ou assim deveria ser!), estamos – mais uma vez – com uma série e sérias apreensões sobre o que será feito por, com e pelo nosso município.
Quem tem o mandato na cabeça e nas mãos, tem o poder de fazer, desfazer ou não fazer nada. O “Nada” penso não é o perfil do atual administrador da “res pública” de Cachoeirinha.
Quem é alçado à posição “caput” tem a missão e assume a responsabilidade do fazer… e fazer melhor, fazer bem feito.
Infelizmente, na conjuntura política atual (nem tão atual assim!), em grande parte do Brasil, o fazer tem sido o “jeitinho”, o “dá-cá-toma-lá” e o “venha a nós o vosso reino”, além de mal feito (o M. P. que o diga!). Tiveram a oportunidade única de se tornarem ícones e propulsores do desenvolvimento real do “gigante por natureza”. Perderam a chance de deixarem o nome e as ações na história, como o nosso “Tiradentes” ou Mandela, do além mar. Preferiram afogar-se num mar de corrupção, de ilícitos, desonra…!
Cachoeirinha, das muitas cidades que conheço, está no ranking das piores em termos de urbanismo e qualidade de vida… Podem questionar minha afirmação, mas basta trafegar pelas ruas, tentar andar pelas calçadas ou ficar horas, todos os dias, nos congestionamentos da ponte (Ah! Essa ponte!!!) para concordar comigo…
Pois bem, nosso mandatário mor tem a missão e a oportunidade pessoal de fazer frente, fazer diferente e fazer a diferença. Cachoeirinha está precisando “levar um choque” de cuidados, de melhorias, de limpeza, de prioridade… de administração capacitada, honesta e sábia…
É hora de deixar a marca da competência, da austeridade, do arrojo e da prioridade, desde o alicerce até o telhado, do rio Gravataí à RS 118, da ponte à parada 59…
Mais que placas comemorativas, de homenagens vazias, de inaugurações eleitoreiras, de populismo arcaico, nosso chefe do poder executivo precisa executar os princípios fundamentais de buscar e usar os recursos, os conhecimentos e a sabedoria, aliados à honra, à dignidade e aos códigos do respeito às leis e aos legítimos direitos e interesses do cidadão deste pedaço de chão.
Apesar das dificuldades do “status quo” e das pressões “homéricas”, o atual administrador reúne condições intelectuais, filosóficas, familiares e cristãs que o credenciam a romper com o continuísmo e fazer diferença… para muito melhor!!!
Mais que conjecturas e expectativas, resta a esperança da nossa gente!!!