| Carlos Panni
Médico e escritor
Esta frase, lida num painel de uma casa espírita, convidou-me a algumas reflexões. Qual a diferença entre 2017 – Feliz Ano Novo e 2017 Feliz Eu Novo?
A diferença pode ser sutil ou muito provocativa, dependendo do quanto entendemos que o tempo, as escolhas, o ano, a vida, dependem do “Eu”!
Não há como não vincular o Ano Novo com os anos velhos, assim como o “Feliz Eu Novo” tende a manter-se atrelado aos “eus velhos”.
Toda mudança exige esforço… como nas cartas do tarô é preciso demolir a torre para construir o castelo, o eu velho precisa ser derruído para se edificar o Eu novo. Interessante a interpretação dada a essa carta por Titi Vidal:
“… ter consciência de que apenas cai aquilo que não tinha uma base sólida o suficiente para aguentar o raio ou o terremoto. Cai o que não tinha estrutura para se sustentar e por isso, se vem a queda, é porque nem tudo era assim tão seguro como imaginávamos. Isso significa que quando cai a Torre, podemos ver ali na carta que a base continua, ou seja, tudo aquilo que foi bem construído se mantém, o que permite que uma nova construção seja feita em seu lugar”.
Independente desta interpretação, à luz da Psicologia e de ciências afins, é falaz a tentativa de fazermos reformas superficiais, pintura nova sobre a ferrugem, “puxadinhos” para acumular mais tralhas…
É preciso “derrubar” o homem velho para construir o Homem Novo, despido de aprendizados arcaicos, valores obsoletos, tabus, preconceitos, limites, inibições…
Um olhar atento sobre “Quem sou eu?”, nas mais variadas esferas e competências da vida, poderá dar uma visão abrangente e holística do que e do quanto eu ando fazendo comigo mesmo e com o mundo. Que diferença estou fazendo na minha vida e na vida das pessoas, da sociedade, do país…
Que pai sou eu, que mãe sou eu? Que filho eu sou? Que profissional me tornei? Que cidadania eu pratico? Que religião eu professo? Cada uma destas perguntas convida a uma reflexão sincera, justa, oportuna, necessária… É condição “sine qua non”, para não ser vazia e inócua!
Derrubar alguns (ou muitos!) hábitos, costumes, conceitos e valores que criam barreiras ao crescimento pode ser o início de um processo que nos permitirá ter, sim, um Feliz Eu Novo em 2017 e em todos os “Eus Novos” vindouros.
Este é o desafio!!!