| Carlos Panni
Médico e escritor
Ao apagarem-se as luzes de 2016, ficamos com o sabor agridoce dos quase 365 dias vividos.
2016 está sendo (ainda), um ano de muitos ventos e eventos que sopraram nas mais diferentes direções alterando a vida e o humor de todo brasileiro.
2016 nos proporcionou momentos de êxtase e satisfação como também nos deixaram estarrecidos ante tanta corrupção e suas funestas consequências a curto, médio e longuíssimo prazos. Vieram à tona contas que nos fazem submergir no caos financeiro e que afogarão nossas perspectivas de crescimento individual e nos diferentes escalões da economia pública e privada.
2016 fomentou em cada brasileiro, sentimentos, emoções e perspectivas dicotômicas, entre credulidade e total descrédito em tudo o que era e é acenado como bom ou ruim…
Contudo e, apesar de tudo, ante tantos fatos e notícias discutíveis, questionáveis, verossímeis ou sem qualquer fundamento, qual foi a minha atitude?
Ante derrocadas de valores financeiros, sociais e morais… que diferença eu fiz?
Todo mal pode ser motivo de desespero, depressão, pessimismo e apatia, assim como pode ser um desafio e um estímulo. Não necessariamente o otimista, mas mesmo o realista, poderá, com indignação e determinação, agir rápido e eficientemente para, não só reverter o processo destrutivo, como também – e principalmente – dele tirar proveito.
As Paraolimpíadas, mais que as mundialmente festejadas Olimpíadas, nos deram exemplos – comoventes – do quanto as mais severas deficiências podem ser vencidas com vontade, esforço e superação.
Por isso, é válida a provocação da pergunta:
Que diferença eu fiz em 2016?
Há uma interessante frase do dito popular: “Reclamava por não ter sapatos quando encontrei alguém que não tinha os pés!”
Na sociedade, na empresa, na família e na vida pessoal muito poderíamos ter feito… muitas limonadas poderiam ser preparadas com os ácidos limões que a conjuntura nos tem legado…
Não é conveniente cultuar o otimismo “poliânico” de que tudo está bom ou que pode ser resolvido sem esforço e da noite para o dia, mas é oportuno cultivar o realismo de que os problemas surgem por ação ou omissão nossa. São eles, ao mesmo tempo, dor de cabeça temporária e desafio permanente à capacidade humana de aprender, remediar e superar.
2017 já nos acena.
Estejamos preparados!
O pessimista senta-se e chora!
O otimista vê facilidades onde elas não existem!
O realista estuda, analisa, pondera, prepara-se e vai em busca de alternativas e soluções!