Texto | Denise de Oliveira Milbradt | Fotos | Divulgação
No próximo dia 22 de dezembro começa oficialmente o verão, época de altas temperaturas e muita exposição solar. É quando devemos redobrar os cuidados com a pele para evitar o tão temido câncer. A preocupação não é em vão, afinal, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o RS apresenta uma incidência acima da média nacional em relação ao número de pessoas com câncer maligno de pele. A explicação talvez esteja no perfil da população, que apresenta em sua maioria pele e olhos claros e está, portanto, mais vulnerável ao tumor.
A exposição excessiva ao sol é o principal fator de risco para o surgimento de cânceres de pele tipo melanoma, que se descoberto em fase tardia pode ser fatal. Além disso, cabelos e olhos claros, sardas, história prévia de câncer de pele na família, pintas escuras pelo corpo também são fatores de alerta.
De acordo com o médico dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Sandro Carvalho Bernardes (CRM 24.375) quanto antes a doença for diagnosticada, maiores são as possibilidades de tratamento. Para tanto é preciso estar atento aos sinais, tais como feridas de difícil cicatrização, que aumentam de tamanho, mudam de formato e cor.
O câncer de pele é dividido em dois principais tipos. O mais agressivo e letal é o melanoma. Ele surge, geralmente, a partir de uma pinta escura. É considerado o tipo de câncer mais grave devido à sua alta possibilidade de metástase. Ele é responsável por apenas 5% dos casos de câncer de pele, mas corresponde por 46% das mortes. Já o não-melanoma é o câncer mais frequente no País e apresenta altos percentuais de cura, se for detectado precocemente. Entre os tumores de pele é o de maior incidência e com baixa mortalidade.
O especialista explica que para o tratamento do câncer de pele tipo não-melanoma existem diversas opções terapêuticas. A modalidade escolhida vai variar conforme o tipo e a extensão da doença, normalmente, a maior parte dos carcinomas basocelulares ou espinocelulares pode ser tratado com procedimentos simples e realizados em regime ambulatorial.
Quanto ao tumor do tipo melanoma, o tratamento vai variar conforme a extensão, agressividade e localização do tumor, bem como a idade e o estado geral de saúde do paciente. O dermatologista fala que as modalidades mais utilizadas são as cirurgias excisional e micrográfica de Mohs. “Na maioria dos casos, o melanoma metastático não tem cura, por isso é importante detectar e tratar a doença o quanto antes”, admite Bernardes.
Fique longe dos fatores de risco
Os raios solares são os grandes causadores do câncer de pele, sendo a radiação ultravioleta a do tipo mais agressivo. Quanto mais cedo o contato com os raios ultravioleta, mais fácil o desenvolvimento da doença. Nas primeiras décadas de vida, o perigo é ainda maior.
Características físicas como pele clara, cabelo loiro ou ruivo, olhos verdes ou azuis, tendência a sardas e pele que queima facilmente ao sol estão relacionadas ao aumento de risco para melanomas. Pessoas que trabalham várias horas desprotegidas, como agricultores e profissionais da construção civil, também fazem parte da parcela mais propensa à neoplasia. Sem falar das pessoas com um grande número de pintas, que devem redobrar os cuidados em relação ao sol.
E o que dizer para quem busca o bronzeado perfeito? De acordo com dados do INCA, nos últimos dez anos aumentou em 55% o número de mortes por câncer de pele. De acordo com o especialista, o envelhecimento da população, o descuido com a pele durante a exposição solar e a melhoria nos sistemas de notificação da doença são as principais causas do aumento do número de vítimas desse tipo de câncer.
Uso do protetor solar é preventivo
Prevenção é sempre a melhor opção. É quando o uso periódico de protetores e filtros solares torna-se indispensável no dia a dia. Conforme o médico dermatologista Sandro Carvalho Bernardes estes produtos são capazes de prevenir os males provocados pela exposição solar, tais como o envelhecimento precoce, queimaduras, além do câncer de pele. Todavia, o filtro de número 30 é o mínimo aceitável. “A quantia de marcas e opções disponíveis no mercado é muito grande, mas o fotoprotetor ideal deve ter amplo espectro, ou seja, ter boa absorção dos raios UVA e UVB, não ser irritante, ter certa resistência à água, ter uma cosmética aceitável pelo seu usuário e não manchar a roupa. Eles podem ser físicos ou inorgânicos e/ou químicos ou orgânicos conforme o(s) ativo(s) constituinte(s) de suas fórmulas”, detalha o médico.
Dicas para o autoexame de pele
O que procurar?
– Manchas pruriginosas (que coçam), descamativas ou que sangram
– Sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor
– Feridas que não cicatrizam em quatro semanas
Fonte: Instituto Nacional do Câncer