Aquelas veias que insistem em tornar-se salientes e cujas mulheres (as suas maiores vítimas) lutam para escondê-las, afetam pernas e pés são provocadas por hábitos não adequados como o ato de permanecer por longos períodos em pé ou sentado. A ação repetitiva aumenta a pressão nas veias da parte inferior do corpo.
Entretanto, alguns especialistas da área médica culpam a própria evolução da nossa espécie. Quando o ser humano passou a adotar a postura ereta e a andar apenas com os pés, ficou bem mais difícil levar o sangue das pernas de volta ao coração — imagine o esforço que é vencer a gravidade e fazer o líquido vermelho subir ao peito. Com o tempo, as veias ficam debilitadas e deixam de cumprir o seu papel.
Mas engana-se quem pensa que o alargamento desses tubos nos membros inferiores seja apenas um impedimento para vestir short, maiô ou biquíni. Diversos estudos demonstram que o fenômeno está por trás de repercussões mais sérias à saúde. Uma pesquisa do Hospital Memorial Chang Gung, em Taiwan, por exemplo, acaba de confirmar que as varizes aumentam em cinco vezes o risco de trombose venosa, a formação de um coágulo nos vasos sanguíneos profundos.
O primeiro passo para evitá-las ou, mesmo deixá-las agravarem, é ficar de olho nas pernas, principalmente a partir dos 30 anos de idade. Geralmente, as varizes se manifestam por meio de manchas verdes ou roxas, que se expandem aos poucos. Outras pistas frequentes são o inchaço e a sensação de peso nos pés ao final do dia.
A atenção deve ser redobrada se você tem um parente próximo com o problema — a genética influencia bastante. Outros fatores bem conhecidos são o envelhecimento, o ganho de peso, o sedentarismo, o uso de terapias hormonais e duas ou mais gestações.
Recentemente, um estudo da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, acrescentou outro componente à lista, a altura. Numa análise genética de 413 mil voluntários, eles descobriram que, quanto mais alta a pessoa, mais costumeiras são as varizes.
Os tratamentos disponíveis
Cirurgia: Geralmente é a primeira indicação, uma vez que pode ser realizada em várias veias de tamanhos e calibres distintos. A retirada não afeta em nada a circulação sanguínea, já que esses tubos doentes não cumpriam mais sua função. Apesar dos cortes pequenos, é necessário respeitar o repouso por alguns dias antes de retomar as atividades normais.
Ablação: Trata-se de uma forma minimamente invasiva de queimar a parede interna dos vasos defeituosos por meio de raio laser ou radiofrequência. Como a operação usa cateteres, só é feita nos ductos maiores, como a safena, que vai da coxa até o meio da batata da perna. É necessária bastante cautela durante o procedimento para não lesar os nervos nas cercanias.
Escleroterapia: A espuma do princípio ativo polidocanol irrita e destrói as células que compõem a veia. Com isso, o vaso danificado entra em colapso e some. Após algumas semanas, ele se transforma num cordão fibroso e acaba reabsorvido pelo corpo. A técnica é barata, simples e funciona nos quadros mais difíceis. O único porém é que 30% dos pacientes ficam com manchas na pele.
Principais causas das varizes
-Genética: Se você tem um familiar de primeiro grau com varizes, seu risco de desenvolvê-las também é alto.
-Hormônios: Remédios que mexem com o sistema hormonal chegam a alterar a integridade dos tubos sanguíneos.
-Obesidade: Os quilos extras sobrecarregam e pressionam os vasos responsáveis por transportar o sangue pelas pernas.
-Gestações: O crescimento do bebê no útero aperta as veias da pelve, o que repercute direto nos membros inferiores.
-Sedentarismo: Estimula o ganho de peso e deixa a panturrilha mirrada. Assim, o músculo não consegue realizar seu trabalho.
-Sexo: Mulheres sofrem mais com elas do que os homens. Parece que os hormônios têm um papel por aqui.
-Altura: Descoberta como fator de risco nos últimos meses, seu impacto ainda precisa ser mais bem estudado.