Após sete meses registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a vacina contra a dengue já está sendo comercializada. O Comitê Técnico Executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) determinou que o preço da Dengvaxia, como é chamada a vacina da Sanofi Pasteur, está custando nos municípios de Cachoeirinha e Gravataí em média R$ 300,00 a dose. Mas, para ficar imune, são recomendadas três doses, com intervalo mínimo de seis meses.
O valor estipulado é o que será pago ao fabricante por clínicas, hospitais e distribuidores e deve ser bem diferente do que será cobrado do consumidor final. “Os valores para um mercado privado não refletem o que vai ser praticado. As clínicas tem taxa de aplicação, tem tributação da clínica, tem que pagar sua estrutura. Esse preço é muito longe do que o mercado vai trabalhar para o consumidor final. Esse é o preço de fábrica que a Sanofi vai colocar no comércio”, explicou Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
De acordo com o infectologista, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, o produto é um avanço, considerando que o Brasil vivencia há muitos anos um grande problema de saúde pública devido ao vírus da dengue. Em 2016, até 11 de junho, mais de 1,3 milhão de pessoas tiveram dengue em todo o país e 318 pessoas morreram em decorrência da infecção pelo vírus.
A Dengvaxia é a primeira vacina desenvolvida contra a dengue no mundo e é indicado para pessoas entre 9 e 45 e o fabricante garante proteção contra os quatro tipos do vírus da dengue. Segundo os estudos, a proteção é de 93% contra casos graves da doença, redução de 80% das internações e eficácia global de pouco mais de 60% contra todos os tipos do vírus. A capacidade de produção do laboratório é de 100 milhões de doses por ano.
Para Kfouri, a eficácia da vacina é satisfatória e segue o padrão de vacina como a contra varicela e contra o rotavírus, que evitam completamente cerca de 60% dos casos das doenças, mas tem um impacto maior na redução de casos graves, que poderiam levar a hospitalizações e à morte.
SUS – Ainda não há determinação sobre se a Dengvaxia será utilizada na rede pública. Para isso, o Ministério da Saúde deve fazer estudos sobre o custo/benefício da compra e distribuição do produto e de qual seria a estratégia de aplicação para ter impacto em termos de saúde pública.
Contraindicações – Este remédio está contraindicado para mulheres grávidas ou amamentando, crianças com menos de 9 anos de idade, adultos com mais de 45 anos, pacientes com febre ou sintomas de doença, deficiência imunológica congênita ou adquirida como leucemia ou linfoma, pacientes com HIV ou recebendo terapias imunossupressoras e pacientes com alergia a algum dos componentes da fórmula.
Efeitos colaterais – Alguns dos efeitos colaterais de Dengvaxia podem incluir dor de cabeça, mialgia, dor no local de injeção, mal-estar, febre e reação de alergia no local de injeção como vermelhidão, coceira e inchaço.