Texto por Roselaine Vinciprova | Fotos Divulgação
Talvez não exista desejo maior do que ter um filho. Uma alegria indescritível em gerar uma nova vida, que na verdade é a continuação da nossa. Rosiane Maiato, Jocenira Nunes e Mara Passos não se conhecem, mas compartilhavam de um mesmo desejo: a dedicação em terem um filho. Suas histórias têm um ponto em comum, com o auxílio de excelentes profissionais, mudaram a rotina de suas vidas em busca de hábitos mais saudáveis, fizeram uma releitura dos seus corpos e realizaram o tão sonhado desejo de se tornarem mães.
Nos últimos anos, o planeta mudou não só na velocidade da sua tecnologia, mas também na forma como agimos e nos alimentamos. Uma rotina estressante e alimentos cada vez mais industrializados trouxeram mudanças significativas na qualidade de vida e também na saúde das pessoas. Essas disfunções podem vir na forma de manifestações de doenças ou também no mau funcionamento do corpo. Para a médica obstetra Maria Cristina Barcellos Anselmi (CRM RS 22710), toda essa realidade afeta diretamente a fertilidade de homens e mulheres. Com pelo menos dois anos de estudos na dieta paleolítica, e foco no tratamento conjunto dos distúrbios hormonais e câncer, a médica se tornou uma referência na investigação de casais inférteis. “Não gestar é o movimento mais antinatural do mundo. A grande maioria das pessoas não acredita que a alimentação tenha influência importante na produção hormonal”, revela. Atuando em parceria com a nutricionista ortomolecular Gisele Silveira Berardi (CRN 2 5801) o índice de sucesso tem sido altíssimo.
Para Rosiane Maiato de Oliveira, 39 anos, casada há 11 anos com Irani da Cruz Rosa, 39 anos, realmente não existe felicidade maior que saber que estão esperando um bebê. Grávida de 12 semanas (início dezembro 2014), Rosiane agora lembra com serenidade uma luta que começou em meados de 2008 com investigações porque não conseguia engravidar. Depois de muitos laudos, alguns tratamentos pesados e nenhum resultado positivo, em 2012 Rosiane consultou com a Doutora Maria Cristina Barcelos. “Na primeira consulta fiquei impressionada com o índice de assertividade e precisão dos questionamentos e do histórico familiar. Apesar de sair com novas requisições de exames, e a quase certeza de uma endometriose, após quatro anos meu coração estava repleto de esperanças”, lembra Rosiane. A doença afeta cerca de seis milhões de brasileiras. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, entre 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) podem desenvolvê-la e hoje é a principal causa de infertilidade feminina.
Rosiane lembra que iniciou o tratamento também com a nutricionista Gisele Silveira Berardi com uma dieta restritiva de lactose e glúten. “As buscas para saber o real motivo da infertilidade foram várias, porém os resultados mais efetivos se deram através das mudanças alimentares, com perda de peso, a melhora de disposição energética, eliminação de dores de cabeça diurnas, redução de TPM severa, aumento da libido, instabilidade de humor, eliminação das ânsias de vômito, estufamento e refluxo”, revela. Além da dieta, Rosiane também fez um exame de Bioressonância Alimentar e mais descobertas vieram sobre alergias alimentares, como feijão preto, carne de gado, carne de porco, camarão, salsicha, laticínios em geral, coca-cola, peixe do rio, melancia, manga, pimentão, couve, alho, repolho, entre outros.
“Decidi que minha vida estava mudando radicalmente. Foi preciso criar uma nova forma de reeducação alimentar e meu marido foi parceiro e modificou sua alimentação também. Aproveitei e me desliguei do meu emprego, que era motivo de estresse e ansiedade. Foi com determinação, precisão e muita resiliência que transformamos nossa vida alimentar e social desde julho deste ano. O resultado foi o melhor, esperado há tantos anos, por mim e pelo meu marido, estamos grávidos. Muito felizes e confiantes que valeu e valeria a pena iniciar tudo novamente, se for necessário, pois nunca desistimos do nosso sonho em ter um bebê”, revela Rosiane.
A nutricionista Gisele Silveira lembra que o período industrial produziu alimentos com maior carga de açucares, o que aumentou a exigência de trabalho dos órgãos que os regulam. Mais gorduras saturadas e trans e escassez de ómega-3, diminuição do consumo de frutas, verduras, carnes e pescados, gerando uma dieta rica em calorias, mas pobre em vitaminas e minerais. “A dieta atual ainda aumentou a tendência acidificante da alimentação (se deve principalmente ao consumo excessivo de açúcar, refrigerantes, conservantes). A alimentação mais alcalinizante previne doenças crônicas como doenças cardiovasculares, câncer e processos inflamatórios de modo geral”, revela. Na escala evolutiva do ser humano, estas modificações são demasiadamente recentes para as características metabólicas que possuímos. “Somos, assim, seres humanos do século XXI, mas nossa genética ainda está próxima do Paleolítico, vivendo profundas alterações na alimentação, ditadas muitas vezes pela indústria alimentar, o que nos leva para as atuais “doenças da civilização”, e a infertilidade, com certeza, está entre essas doenças”, conta Gisele.
Para Jocenira Nunes, 33 anos, e seu marido Luciano Nunes, 36, foram quatro anos de idas e vindas a médicos, muitos exames e nenhum problema aparente. “Os profissionais afirmavam que era ansiedade”, revela Josiane. Em 2012, o casal procurou uma clínica de reprodução assistida e se submeteram a um tratamento de inseminação artificial, sem sucesso, e em seguida fizeram uma fertilização in vitro, também sem sucesso. Foi o auge do desespero, da descrença e da sensação de impotência.
Neste momento, de abalo financeiro, da estrutura do casal e psicológico, que aconteceu a consulta com a Doutora Maria Cristina. “Recebi um olhar especial sobre o problema da infertilidade, a médica tem um visão global sobre o funcionamento do organismo feminino. Fez uma investigação que jamais havia sido feita. Ela relacionou toda a questão alimentar com absorção dos nutrientes e a capacidade e qualidade dos óvulos”, lembra Jocenira, que também descobriu que tinha endometriose e intolerância a lactose. Em parceira com a nutricionista Gisele Silveira, Jocenira iniciou uma mudança radical na sua rotina alimentar, sem leite e derivados e glúten. “Os hábitos mudaram totalmente, repercutindo em toda a família, perdi 11 quilos, e passei a privilegiar os alimentos naturais”, conta. A mudança, que iniciou em agosto de 2013, culminou com a notícia que Jocenira estava grávida. A Ana Carolina nasceu no dia 8 de setembro de 2014, depois de uma gravidez extremamente tranquila e saudável. “Ela é uma verdadeira paixão, alegre, esperta. Realizei um sonho. Diariamente eu descubro que a vida tem mais sentido, mais brilho, mais importância”, garante Jocenira.
A médica Maria Cristina Barcelos, é enfática em afirmar que a dieta auxilia no tratamento de vários distúrbios. “A endometriose pode ter uma melhora dos sintomas muito importante se realizada com uma investigação de distúrbios nutricionais. A Síndrome de Ovários Policísticos também pode ser controlada com alimentação, sempre salientando que a dieta é personalizada e pode ser combinada com medicamentos e dietéticos. Adotar uma dieta pobre em açúcares e com mais proteínas pode diminuir muitos distúrbios inflamatórios crônicos. A insulina, hormônio importante no nosso organismo para aproveitamento dos açúcares, se elevada demais e por muito tempo causa danos graves no nosso corpo, pois torna-se um hormônio inflamatório. Um dos grandes males do nosso século é a ingesta contínua e elevada de açúcares. Ele inflama o organismo, promove crescimento de tumores, piora as gorduras nos vasos e danifica a fertilidade”, revela.
A nutricionista Gisele Silveira garante que é preciso rever com urgência inclusive as recomendações dentro da saúde e da medicina. “Viemos de um tempo que um dos guias da boa alimentação era a pirâmide alimentar, ainda usada por muitos profissionais. Nesse guia da boa alimentação como é chamado, a base, ou seja, a prioridade da alimentação deveria ser o carboidrato seja ele qual for, e hoje sabemos esse incentivo é um dos maiores causadores da obesidade e de distúrbios como ovários policísticos, hiperinsulinemia e até mesmo diabetes”, revela.
A história de Mara Passos se mistura com as das outras duas mães, entretanto Mara logo no início das investigações em 2008 recebeu um diagnóstico de endometriose, sem esperanças de tratamento para engravidar. Mara não desistiu e foi numa consulta com a Doutora Maria Cristina Barcelos que seu olhar sobre ter um filho mudou. “Lembro que a médica me disse que ter um filho não era uma meta. Ela me indicou terapia para que eu entendesse um pouco sobre ser mãe, e do quanto isso estava fora do meu controle. Um filho é abrir mão de muita coisa, e eu acreditava que tinha o controle sobre tudo”, lembra Mara. Com o tempo Mara e o seu caldeirão de expectativas e experiências foi acalmando, conforme relembra.
A dieta sem glúten e lactose veio da orientação da nutricionista Jaqueline de Paula. “Em 2011 fiz a cirurgia para retirada da endometriose. Fazia a dieta a risca, continuava na terapia e procurei fazer atividades físicas como hidromassagem, pilates e yoga. Porém a idade estava aumentando e a médica me indicou uma clínica de fertilização. Já estava com 40 anos”, ressalta. Quando completou 41 anos, Mara recebeu o que chama de presente de Deus, estava grávida por meios naturais. O dia da confirmação foi um misto de imensa alegria, surpresa e magia. Pedro nasceu no dia 2 de maio de 2014, e hoje com seis meses é alemãozinho lindo, cheio de energia, saúde e amor. “Tudo o que fizemos valeu a pena, a gestação foi maravilhosa, e ter o nosso bebê é a maior alegria”, revela Mara.
“O Pedro é um anjo que veio no momento certo, nem tarde nem cedo, no momento de Deus e não no “meu” como queria que fosse, e isso aprendi nas terapias, reiki, yoga e nos puxões de orelhas da doutora Maria Cristina que foram muito importantes para nós. Eu amo meu filho de todo meu coração”, conta.
Estudos recentes afirmam que uma dieta pode proteger contra uma resposta inflamatória exacerbada e ser protetora indireta no desenvolvimento de algumas doenças, como câncer, doença cardiovascular e outras doenças crônicas relacionadas com inflamação.
O assunto ainda é recente e vem sendo alvo direto de estudos, entretanto, o índice inflamatório foi criado recentemente, em 2010, por pesquisadores norte americanos para avaliar o pontecial de contribuição da dieta nestes processos. Estudos vêm mostrando a correlação entre a qualidade dos carboidratos da dieta e importantes fatores de risco da síndrome metabólica e obesidade, e alguns, mais avançados, revelam que o corpo tem sofrido muito manifestando doenças nunca antes vistas por conta de uma dieta totalmente desregrada.