Trabalhadores da educação de Gravataí entram em estado de greve e prefeitura diz que decisão compromete diálogo
Nesta quinta-feira (12), trabalhadores da educação da rede municipal de Gravataí decidiram entrar em estado de greve. A decisão foi tomada após um dia de paralisação parcial das atividades na quarta-feira (11) e uma caminhada pela área central da cidade, que reuniu mais de 800 profissionais.
A categoria reivindica a reposição de 25% referentes a perdas inflacionárias acumuladas nos últimos dez anos, pagamento de vale-refeição no valor de R$ 27,50 por dia, respeito à gestão democrática nas escolas e melhores condições de trabalho diante do aumento de casos de violência no ambiente escolar.
Segundo Vitalina Gonçalves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública Municipal de Gravataí (SPMG), a categoria permanecerá em estado de greve até julho, quando uma nova assembleia está prevista para avaliar possíveis avanços nas negociações com o governo municipal. Um ofício com proposta alternativa construída pela categoria foi encaminhado ao gabinete do prefeito.
A presidente do sindicato afirma que as perdas inflacionárias equivalem a três meses de salário por ano e que o vale-refeição pode contribuir para amenizar os custos diários dos trabalhadores. Ela também destaca a necessidade de suporte emocional e investimentos em educação inclusiva para enfrentar os desafios enfrentados dentro das salas de aula.
Gravataí tem atualmente 75 escolas municipais, sendo 12 de educação infantil, e cerca de 30 mil alunos matriculados.
Prefeitura diz que estado de greve compromete diálogo
Em nota, a Prefeitura de Gravataí informou que a decisão de decretar estado de greve prejudica o diálogo já estabelecido com representantes da categoria e compromete o cronograma de negociações definido para curto e médio prazo. Entre as medidas já previstas está a discussão sobre reposições inflacionárias não pagas em gestões anteriores.
A administração também informou que trabalha na alteração da lei que define a data-base dos servidores, com retorno para o dia 1º de maio, e que notificou o sindicato sobre a necessidade de seguir a Lei da Greve, assegurando o funcionamento das escolas. A prefeitura afirma que não compactuará com a possibilidade de uma greve considerada ilegal.
Durante a paralisação da quarta-feira (11), 36 das 75 escolas da rede tiveram atendimento totalmente suspenso. Os profissionais que não compareceram ao trabalho tiveram falta registrada no ponto.
O prefeito Luiz Zaffalon declarou que a administração tem como meta melhorar os indicadores da educação básica do município, que hoje estão entre os mais baixos do Estado. Em 2025, mais de 200 servidores foram nomeados para a área da educação. Segundo a prefeitura, todas as escolas estão recebendo investimentos em infraestrutura, incluindo reformas em salas de aula e espaços de convivência.