Cientistas da Universidade de Harvard descobriram que por mais que você se esforce em ficar longe de qualquer coisa de origem animal, uma dieta vegana não lhe tornará mais saudável. Segundo o novo estudo, publicado no Journal of American College of Cardiology, o problema está nos substitutos que dão lugar às proteínas. Os grandes vilões são os alimentos superprocessados, açucarados demais ou cheios de gordura e que vai direto para suas artérias.
Quando comparados às pessoas que evitavam alimentos industrializados – mesmo as que comiam carne – veganos e vegetarianos sem muitos critérios alimentares desenvolveram mais doenças do coração, e tiveram aumentadas as chances de bater as botas durante o período de estudo. A pesquisa considerou três bancos de dados sobre saúde pública, que analisaram voluntários entre 1984 e 2012. No total, participaram mais de 210 mil homens e mulheres norte-americanas com idade entre 25 e 75 anos e livres de doenças cardiovasculares ou histórico de problemas como diabetes. Eles voltavam regularmente (a cada dois ou quatro anos) para fazer uma avaliação e listar os alimentos que integravam suas dietas – além de informar com que quantidade e frequência comiam cada um deles.
Os relatos das cobaias serviram como base para a criação de três grupos alimentares. No primeiro deles, estavam os que consumiam grandes quantidades de frutas e legumes, mas não abriam mão de até de seis porções de carne, leite ou derivados.
Com uma dieta ainda mais saudável, o segundo grupo incluía também, além dos vegetais, elementos como grãos, nozes e castanhas – além de menos carne, gordura e açúcares. O último, por sua vez, era daqueles que não comiam carne mas mandavam para dentro o que bem entendiam – sem olhar a procedência e muito menos as calorias.
Ao longo dos mais de 20 anos de pesquisa, 8,631 pessoas desenvolveram algum problema cardíaco. Mesmo que você não conheça muito sobre alimentação saudável, pode prever que o segundo grupo se manteve com o coração mais preservado. Eles tiveram 25% menos chance de doenças cardiovasculares, se comparados ao grupo que comia muitos vegetais e não controlava as quantidades de açúcar, gordura e carne.
Mas a principal surpresa foi em relação àqueles que se privaram de alimentos de origem animal, mas não prestavam atenção na dieta. Um estilo de vida mais desregrado, cheio de doces e refrigerantes, aumentou a chance de infartos em 32% em comparação ao segundo grupo.