Texto | Denise de Oliveira Milbradt | Foto | Divulgação
A dissolução conjugal causa danos na vida de qualquer pessoa. Não fomos preparados para uma separação, apenas para casar. O processo é lento e envolve desde questões jurídicas na partilha do patrimônio até decisões quanto à rotina dos filhos. São eles os mais atingidos, pois estão sujeitos às diversas variações emocionais que o ex-casal venha a ter, além das mudanças bruscas de hábitos. Mas, como protegê-los?
“Quando os pais se separam – como proteger a emoção dos filhos” foi tema de palestra proferida pela psicóloga, especialista em terapia sistêmica Marina Kreling, no dia 27 de outubro na sede da Equilibrium, no centro de Cachoeirinha. O objetivo foi esclarecer dúvidas e desmistificar a separação como um processo traumático para ambos os lados e, principalmente, para os filhos. Segundo ela, muitos casais mantêm durante anos uma relação conflituosa, com brigas constantes ou com falta de diálogo, oferecendo um ambiente não protetivo para o desenvolvimento psíquico das crianças e acreditam que manter o casamento em função dos filhos seja menos doloroso para todos do que a separação.
São nestes casos que o assunto deve ser discutido em família e pensado numa opção que fique boa para todos. E é neste momento que buscar a ajuda de um profissional faz toda a diferença. “É possível, sim, enfrentar uma separação de forma saudável, sem traumas e minimizando o sofrimento dos filhos”, assegura a especialista.
O encontro também propôs a discussão quanto às possíveis consequências oferecidas aos filhos no caso de uma separação regada a desacordos entre entre o ex-casal e comportamentos, que dificultem a harmonia dos envolvidos. Segundo Marina, a vivência de uma separação traumática pode ser vista de diferentes aspectos de acordo com a personalidade e a idade do filho. “A criança não tem culpa do relacionamento que chegou ao fim. Os adultos precisam enxergar além da sua dor e perceber as necessidades dos filhos, sobretudo, o direito de ter a convivência igualitária com ambos os pais. Afinal, o término da conjugalidade não exclui o da parentalidade”, frisa.
Na maioria dos casos, segundo ela, fazer terapia com os pais ajuda a resolver os possíveis problemas causados aos filhos. Nestas sessões, eles podem reaprender a falar do ex de modo que não cause sofrimento aos demais membros da família. Aliás, está proibido usar a criança como aliada ou moeda de troca em acordos futuros, respeitando sua maturidade emocional e o amor que sente por ambos os pais.