Texto por Rita Trindade | foto divulgação
A Copa de 2014 no Brasil será a 20ª Copa do Mundo. Confira como foi a participação do Brasil na história da Copa. A seleção canarinho foi a única do mundo a participar de todas as edições do evento.
1930- Diante de um rigoroso frio no inverno uruguaio, a equipe nacional foi derrotada na estreia pela Iugoslávia, por 2 x 1. O jogador Preguinho teve a honra de marcar o primeiro gol brasileiro em mundiais. O revés diante dos europeus significou a eliminação do Brasil, já que a Iugoslávia bateu a Bolívia por 4 x 0 e apenas uma equipe seguia para a semifinal. A seleção se despediu do Uruguai com uma goleada de 4 x 0 contra a mesma Bolívia.
1934- O Brasil repetiu a receita malsucedida de 1930. Dirigentes dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo não conseguiram resolver as desavenças políticas e o time, que viajou 15 dias de navio até a Itália, não passou do primeiro duelo, na pior campanha do país na história dos mundiais: 3 x 1 para a Espanha. A seleção foi composta por um elenco eminentemente do RJ. O gol solitário da campanha nacional foi de Leônidas da Silva, que começava a construir sua história na Seleção Brasileira.
1938- Único representante sul-americano, o Brasil não fez feio na França. Pela primeira vez na história, a Seleção Brasileira conseguiu passar das fases iniciais do torneio. Muito graças a Leônidas da Silva, que entraria para a história como o inventor da bicicleta. O atacante marcou sete gols na competição, garantiu a artilharia e encantou os europeus. Só não conseguiu dar o primeiro título ao Brasil.
1950- Com a Europa se reerguendo da Segunda Guerra, coube ao Brasil a incumbência de retomar a rotina quadrienal das Copas, interrompida em 42 e 46 pelo conflito armado. O país resolveu então entregar ao mundo o maior palco para a prática do futebol no planeta. O templo do esporte passaria para a eternidade como o palco da maior tristeza esportiva já registrada em terras nacionais: a vitória, por 2 x 1, do Uruguai sobre o Brasil na partida decisiva. O evento ficou conhecido como Maracanazo.
1954- A competição em solo suíço foi a edição da Copa com o maior número de gols marcados. Em 26 jogos, as redes balançaram 140 vezes, com uma média superior a cinco por partida. Os brasileiros usavam pela primeira vez a famosa camisa canarinho, escolhida em um concurso nacional. Mas a esperança em conquistar o primeiro título mundial acabou após um encontro turbulento com a Hungria, onde a seleção húngara venceu por 4 x 2.
1958- Pelé era quase desconhecido quando chegou à Suécia, em 58, para disputar a Copa. Mas a goleada por 5 x 2 sobre os donos da casa na final e uma atuação de gala ao lado de outro gênio, Garrincha, foram suficientes para dar início à mística que até hoje cerca aquele que depois da Copa de 58 foi chamado de “Atleta do Século” e até hoje é apontado como Rei.
1962- Depois de encantar o mundo em 58, Pelé chegou ao Chile já com status de gênio da bola. Uma contusão do craque logo na segunda partida, no entanto, obrigou a Seleção a procurar alternativas. O Brasil tinha pelo menos dois trunfos para levar o bicampeonato: Garrincha e Amarildo, e com eles mais uma vez, o mundo era verde e amarelo.
1966- Brasil era favorito para a Copa da Inglaterra, pois contava com Garrincha e Pelé. Eles marcaram os gols que garantiram a vitória sobre a Bulgária por 2 x 0. Mas a alegria durou por apenas uma partida. Uma entrada violenta que recebeu na estreia tirou Pelé do segundo jogo da seleção, diante da Hungria. O resultado foi desastroso: 3 x 1 para os húngaros e a primeira derrota brasileira em Copas depois de 13 jogos. Contra Portugal, Pelé foi caçado em campo e desapareceu diante do brilho de Eusébio, que marcou duas vezes na vitória de 3 x 1 dos lusitanos. Acabava ali a participação do Brasil na Copa.
1970- A vitória por 4 x 1 sobre a Itália na final deu ao Brasil o direito de levar a Taça Jules Rimet para casa em definitivo. Para delírio dos mexicanos e assombro de espectadores do mundo inteiro, que viram a camisa amarela se transformar em ícone eterno da magia do futebol, Pelé compilou uma verdadeira antologia de jogadas incríveis em sua despedida das Copas. Essa edição foi a primeira Copa transmitida em cores para todo o mundo pela televisão.
1974- Sem Pelé, o Brasil nem de longe se parecia com a seleção mágica de 70, embora também tivesse Zagallo como técnico. Na primeira fase, o time canarinho se classificou em segundo lugar, com dificuldade, depois de empatar sem gols com a Iugoslávia e a Escócia, além de vencer o Zaire por 3 x 0 na última rodada. Na segunda fase, o Brasil venceu a Alemanha Oriental e a Argentina, mas acabou como mais uma vítima da Laranja Mecânica e teve de se contentar em disputar o terceiro lugar contra a Polônia, o time canarinho também não foi páreo para a seleção Polonesa e acabou em quarto lugar.
1978- O jogo entre Brasil e Argentina, válido pela segunda fase da Copa, poderia definir um finalista. Os argentinos, sob os olhares do ditador Jorge Videla, queriam ganhar de qualquer jeito, e endureceram para cima dos brasileiros, que responderam na mesma moeda. O resultado foi um dos jogos mais violentos da história, em que os protagonistas não foram craques como Zico e Kempes, mas sim marcadores famosos pelas entradas cheias de vigor, como os brasileiros Chicão e Oscar e os argentinos Galván e Ardiles.
1982- A Copa de 82, na Espanha, só não foi mais traumática que a de 50. Essa edição ficou marcada como a Tragédia do Sarriá. O estádio Sarriá, em Barcelona, foi palco da vitória por 3 x 2 da Itália sobre o Brasil de Zico. Àquela altura, a seleção brasileira comandada por Telê Santana era a sensação do torneio, tendo vencido a União Soviética, a Escócia, a Nova Zelândia e a Argentina de Maradona, sempre dando um show de futebol técnico e ofensivo.
1986- O Brasil teve vitórias magras na primeira fase. Nas oitavas de final, a Polônia não ofereceu dificuldades e a seleção brasileira aplicou 4 x 0. Mas a alegria durou pouco. Nas quartas de final, o adversário era a França, que contava com Michel Platini. O Brasil saiu na frente com Careca, Platini empatou ainda no primeiro tempo. A decisão acabou indo para os pênaltis. Zico converteu Sócrates e Júlio César, no entanto, perderam suas cobranças e viram a geração dos anos 80 se despedir melancolicamente da competição.
1990- O Brasil tinha bons jogadores em seu elenco. Mesmo assim, o time do técnico Sebastião Lazaroni não inspirava confiança na torcida. O treinador optou pelo esquema tático 3-5-2 e, pela primeira vez na história, a Seleção jogava de maneira tão defensiva. Foram dias de futebol atípico, focado na marcação, que ficaram conhecidos como “Era Dunga”, em referência ao aguerrido volante gaúcho.
1994- A classificação nas eliminatórias veio no sufoco. O técnico Carlos Alberto Parreira foi obrigado a se render ao apelo popular e convocar Romário para o último jogo, contra o Uruguai. Resultado: 2 x 0. O time montado por Parreira era considerado defensivo e muito cerebral. Jogadores como Mauro Silva e Mazinho foram muito criticados, sem falar em Dunga. O volante era lembrado como o grande ícone do fracasso brasileiro na Copa de 90, que ficou conhecida como a “Era Dunga”. Mas ele voltou em 94 e teve a sua redenção ao levantar a taça. O Brasil se tornaria o primeiro tetracampeão do mundo.
1998- A confiança era alta, já que a Seleção contava com Ronaldo, eleito pela FIFA nos dois anos anteriores o melhor jogador do mundo. Os problemas começaram antes mesmo da Copa. Romário foi cortado por contusão pouco antes do Mundial. Na semifinal, diante da Holanda, a glória coube ao goleiro Taffarel. O jogo terminou empatado e a decisão foi para os pênaltis. O camisa 1, então, se consagrou ao defender duas cobranças e colocar o Brasil na final. A decisão, no entanto, foi um verdadeiro balde de água fria, o time estava apático e foi totalmente dominado pela França perdendo por 3 x 0.
2002- Ronaldo lançou moda nesse ano ao aparecer na final da Copa do Japão e da Coréia com um corte de cabelo no mínimo diferente, uma meia-lua de cabelo na frente da testa, que deu sorte para o artilheiro. Ele marcou dois gols contra a Alemanha do goleiro Oliver Kahn, chegou aos oito na artilharia da Copa, se tornou o jogador que mais balançou as redes em Mundiais e garantiu o pentacampeonato para o Brasil.
2006- A Seleção chegou favorita à Alemanha. Afinal, o time treinado por Parreira contava com o “Quadrado Mágico”: Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno e Adriano. O sonho do hexa, no entanto, acabaria nas quartas de final. Parreira escalou um time mais cauteloso, optando por Juninho Pernambucano no meio e apenas Ronaldo como atacante. Zidane fez uma de suas melhores partidas na Copa e cobrou uma falta para Henry completar e definir o placar.
2010- Depois do fracasso em 2006, Dunga foi escolhido para ser o treinador do Brasil. Tetracampeão em 94 e com fama de disciplinador, o gaúcho não tinha experiência como técnico, mas conseguiu uma série de resultados positivos antes de embarcar para a África do Sul. Dunga formou um grupo de jogadores de sua confiança e conseguiu colocar o Brasil mais uma vez como favorito, até o segundo tempo do jogo contra a Holanda, onde o Brasil estava ganhando, mas se perdeu em campo e viu seleção Holandesa virar o placar e levar o título.