Texto | Denise de Oliveira Milbradt | Foto | Divulgação
Conhecida popularmente como a doença do gato, um surto de Toxoplasmose tem assustado os moradores de Santa Maria. Até agora são cerca de 600 casos confirmados de acordo com dados da Vigilância de Saúde do Estado. Mas, conforme as assessorias de imprensa dos municípios de Cachoeirinha e Gravataí, a doença passa longe da região. Não há registro de nenhum caso ou suspeita.
A Toxoplasmose pode ser infecciosa, congênita ou adquirida através das fezes dos felinos. Ela pode ser transmitida a partir da ingestão de alimentos contaminados, especialmente carnes cruas ou mal passada, assim como vegetais que tenham entrado em contato com as fezes dos animais infectados. O primeiro sinal da infecção é febre e ínguas. Em situações mais graves e de diagnóstico tardio, pode levar à cegueira. A doença traz mais riscos de complicações às pessoas que estão debilitadas, ou seja, com sistema imunológico mais vulnerável. É o caso de transplantados, pacientes submetidos à quimioterápicos e remédios para algumas doenças autoimunes, gestantes e pessoas que apresentam problemas oftalmos.
A doença não é contagiosa entre humanos – ou seja, ela não pode ser transmitida de pessoa para pessoa. No entanto, as fezes de gatos e outros felinos e a ingestão de alimentos contaminados não são a única porta de entrada para o parasita. Humanos também podem adquiri-la ao compartilhar talheres e outros utensílios de cozinha; comer frutas e verduras mal lavadas e através de transfusões de sangue ou transplantes de órgãos.
A doença também pode ser congênita. Neste caso, ela é transmitida da mãe infectada para o bebê por meio da placenta. Se a mulher foi diagnosticada com a doença um pouco antes ou durante a gestação, as chances de ela passar a inflamação para o filho são de 30%, em média. Pensando nesta possibilidade, a Prefeitura de Gravataí desenvolve desde 2013 o Programa Bebe Saúde/PIM, que presta serviço de assistência em saúde às famílias em situação de vulnerabilidade social da gestação até a criança completar 3 anos de idade. Uma das garantias do programa é a oferta de exames gratuitos de Toxoplasmose às gestantes. Assim que diagnosticada a doença, inicia o tratamento.
Sintomas – Dor de cabeça e garganta; manchas vermelhas pelo corpo; confusão mental; convulsões; encefalite; aumento do fígado e do baço; moléstias pulmonares e cardíacas; linfonodos aumentados, ou seja, gânglios espalhados pelo corpo; dificuldade para enxergar que pode evoluir para cegueira; problemas de audição e lesões na retina.
Tratamento
– A maioria das pessoas saudáveis e assintomáticas, com sistema imune competente pode dispensar o tratamento. A presença de cistos do parasita no corpo não significa que o portador esteja doente.
-O tratamento é indispensável para os pacientes sintomáticos, imunossuprimidos e para as gestantes, pois a forma disseminada da doença pode provocar complicações graves e levar a óbito.
-Medicamentos como a pirimetamina, associado a um antibiótico específico e ao ácido fólico já se mostraram úteis para o tratamento da doença, porque impedem a multiplicação do protozoário nas formas mais agressivas. É importante que eles sejam prescritos por um médico.
Prevenção
-Não ingerir carne crua ou mal passada nem vegetais in natura, se não tiver a certeza de que foram higienizados convenientemente. Se for retirar a casca, é fundamental lavar o alimento primeiro;
-Lavar as mãos com água e sabão;
-Evitar contato com as fezes de gatos ou de outros felinos. Usar luvas quando for mexer no jardim ou em vasos com terra;
-Acostumar o gato a comer somente ração. Bem alimentado provavelmente ele sairá menos à caça de roedores ou pássaros que possam estar infectados;
-Não descuidar do acompanhamento pré-natal, durante a gravidez e o parto;
-Vacinar gatos e mantê-los sob os cuidados de um veterinário, assim como trocar as caixas de areia que utilizam diariamente.