| Eveline Juswiak
Psicóloga

Imagine que você está em uma viagem, e por onde passa compra uma lembrança daquele lugar, ganha coisas de pessoas que conheceu e guarda tudo o que acha significativo. Essas coisas vão enchendo a sua mala. Mas essa viagem tem como objetivo passar por muitos lugares diferentes, e por isso também levará muito tempo para ser feita. Chega um momento em que a mala fica cheia, você compra outra, pois precisa de espaço para guardar todas as lembranças.

Dos lugares em que você está indo conhecer, alguns têm uma certa dificuldade de acesso. E você se vê com diversas malas sem conseguir se locomover, não consegue aproveitar o passeio direito. As malas ficam cada vez mais pesadas. Quando você as abre percebe que contém pedras e lixos, mas você não consegue jogar fora, mesmo que só te traga peso.
Assim muitas vezes é em nossa vida. Apegamos-nos às nossas histórias, não só de forma saudosista, mas ao “medo de passar por aquilo novamente”, à “mágoa do que nos fizeram”, ou até mesmo o “quão bom era minha vida antes”.

Lembrar, recordar, e até mesmo sentir saudade ou tristeza da vida que um dia tivemos é normal. Mas será que não estamos presos às histórias, como se carregássemos bagagens pesadas e que nos impedem de aproveitar o restante da viagem? Histórias que estão nos impedindo de viver o que a vida nos traz hoje. Assim como não podemos agir diante de possibilidades de futuro, não podemos viver sempre baseados no que nos aconteceu.

Qual a vida que você quer e pode ter hoje, mesmo com a história que te trouxe aqui? A sua história não precisa determinar o como será o seu presente e futuro. Largue as bagagens que só são peso, e aproveite a viagem!