Pular o café da manhã ou se alimentar mal ao começar o dia dobra o risco de desenvolver uma arteriosclerose, um aumento da espessura da parede das artérias que pode ser fatal. A pesquisa publicada na revista Journal of the American College of Cardiology descobriu sinais de lesões causadas nas artérias antes do aparecimento de sintomas ou do desenvolvimento da doença.
Segundo os cientistas, esta descoberta poderia proporcionar uma ferramenta importante na luta contra as doenças cardiovasculares, que são responsáveis pela maioria das mortes no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 17,7 milhões de pessoas morreram devido a estas patologias em 2015.
Os cientistas estudaram durante seis anos quatro mil trabalhadores de meia idade residentes na Espanha. Deles, 25% tomavam um café da manhã rico e ingeriam ao menos 20% das calorias diárias nessa refeição. A grande maioria (70%), porém, consumia apenas entre 5% e 20% das calorias diárias no desjejum, enquanto 3% não comiam praticamente nada ao acordar.
Usando tecnologia de ultrassom para identificar eventuais acúmulos de gordura nas artérias ou sinais precursores de doenças, os pesquisadores perceberam que as pessoas que consomem menos de 5% das calorias diárias recomendadas no desjejum têm em média duas vezes mais gordura nas artérias do que as que tomam um café da manhã de alto teor calórico.
Este risco aparece independentemente de outros fatores como o tabaco, nível de colesterol e sedentarismo. Estudos anteriores já tinham associado um café da manhã saudável com um bom estado de saúde, peso mais baixo, regime equilibrado e menor risco de colesterol e pressão arterial alto e de diabetes.
Apesar de que os que pulam o café da manhã o fazem para perder peso, em geral, com frequência acabam comendo mais e, pior, alimentos menos saudáveis no final do dia. Pular o café da manhã pode provocar desequilíbrios hormonais e alterar os ritmos circadianos.