Que fumar prejudica a saúde, causa mau hálito e ainda prejudica a vida financeira todo mundo sabe. Mas o que muita gente não sabe é que o cigarro é uma droga e tão difícil, quanto qualquer outra, de desapegar. As histórias nos grupos de apoio são semelhantes e a necessidade de abandonar um vício de muitas décadas, em alguns casos, tem levado dezenas de pessoas aos grupos do Programa Antitabagismo da Secretaria Municipal de Saúde de Cachoeirinha.
Durante o encontro, realizado no dia 14 de agosto, na Unidade Básica de Saúde Jardim do Bosque, os relatos eram de superação, mas também de recaídas e de dificuldades. “Reduzi de 20 para quatro cigarros por dia durante três dias, mas no quarto dia fumei uma carteira e meia e estou me sentindo mal com isso”, foi o desabafo de uma participante que não quis ter o nome revelado. “Diminuí o consumo em quase a metade, mas sinto uma irritabilidade que está insuportável”, contou outro.
Segundo a enfermeira Raquel Bitencurt, que acompanha o grupo, é hábito corriqueiro de os participantes focarem no negativo, na recaída, no dia ruim. “É preciso, no entanto, ser otimista todos os outros dias em busca de resultados melhores”, lembra. O médico Clínico-geral Luiz Affonso Sozinho, explica que o organismo cria subterfúgios para que o dependente desista de parar de fumar. A cada dia, mais limpas as células ficam e menor será a sensação de ‘falta’ do cigarro. Por isso cada dia é uma vitória que precisa ser valorizada. “É difícil abandonar o vício, porém muito mais difícil é conviver com as doenças que o tabagismo causa”, detalha.
O tratamento é gratuito e oferecido nas Unidades Básicas de Saúde Otacílo Silveira e Jardim do Bosque, e nas Estratégias de Saúde da Família José Ramos e Carlos Wilkens. Algumas têm grupos em andamento e outras estão com inscrições abertas. Em Cachoeirinha, os dependentes do cigarro podem contar com um tratamento multidisciplinar, que alia palestras, dinâmicas em grupo e acompanhamento médico.
Conforme o coordenador do Programa, o médico Mário Cândido Costa, o serviço segue as diretrizes do Ministério da Saúde, com apoio do Instituto Nacional do Câncer (INCA), e conta com duas fases: a primeira é educativa e em grupo, em que o paciente tem acesso a informações; e a segunda é individual, com orientações e prescrições médicas. Para participar do Programa, é preciso ser morador de Cachoeirinha e solicitar a inscrição nas unidades de Saúde do município. (Fonte: Diretoria de Comunicação Social da Prefeitura de Cachoeirinha)