Hoje existem, pelo menos, um bilhão de vítimas da pressão alta pelo planeta. Ela não distingue cor, sexo, religião ou classe social. Ela está entre as principais culpadas por infarto, acidente vascular cerebral, entre outros males. Ou seja, financia as primeiras causas de morte no Brasil e em boa parte do mundo.
Fatos tão preocupantes cobram uma medida enérgica. E foi o que fizeram a Associação Americana do Coração e o Colégio Americano de Cardiologia ao atualizar as recomendações de diagnóstico e tratamento da pressão alta. Antes, o sujeito era hipertenso se o aparelhinho mostrasse números acima de 140 por 90 milímetros de mercúrio (mmHg). Agora, 130 por 80 (o popular 13 por 8) já é doença, e situações que variam de 120 a 129 por 80 – antes normais – acionam o sinal amarelo. Alguns médicos, porém, acham os novos limites muito radicais -, a questão é que flagrar (e controlar) o problema mais cedo faz diferença. Com mudanças no estilo de vida, é possível domar uma pressão mais elevada a ponto de impedir ou postergar sua conversão para a hipertensão – e sem apelar a remédios. Ajustes na dieta e exercícios podem derrubar até 20 mmHg de acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH).
Medicação eficiente
Por mais que as mudanças de estilo de vida sejam vitais, muitos casos não conseguem escapar dos medicamentos. Eles são prescritos quando a pressão está acima dos 140 por 90 mmHg, ou se o risco cardíaco é elevado (se o paciente é mais velho, fuma, tem colesterol alto ou diabetes…) ou ainda se as medidas de alimentação, atividade física e manejo do estresse não trouxeram os resultados esperados após alguns meses de tentativas. Hoje, 60% dos hipertensos tomam dois ou mais remédios.
Todas as classes farmacológicas são bastante seguras e efetivas. O tratamento é contínuo e exige a adesão do paciente: não dá para se esquecer ou desistir de tomar os comprimidos. Existem até aplicativos de celular com lembretes da hora de usar a medicação.