| Professor Saul
Escritor, consultor e palestrante
Pivotar é um termo das Startups. É derivado do Inglês “to pivot”, mudar, girar e designa uma mudança radical no rumo de um negócio. É mais ou menos assim, uma empresa que inicia com determinada missão e no andamento, descobre que estava no caminho errado e acaba mudando tudo, PIVOTANDO.
Não existe nada errado em alterar o que não está dando certo. Insistir no desprazer do que não vai, ou parou de funcionar é coisa de quem ainda faz parte de 1900. O novo século, exige estar atento as mudanças, que mudam toda hora como alvos móveis. Vivemos a era dos “pivotamentos”. E podemos inclusive ampliar essa palavra, muito além do businnes.
No século 20, o comum era Pivotar a vida na aposentadoria. Não por vontade própria, mas uma questão de previdência. Muitos que não aguentavam o giro abrupto da rotina, literalmente iam para o aposento e em pouco tempo morriam. Poderiam ter iniciado outra carreira, novas experiências, mais relações, e na ausência de motivação, pivotaram de vivo para morto. Ironicamente foram curtir a nova fase no além túmulo.
No século 21, os aposentados fogem dos aposentos. Ressuscitam projetos, tirando do caixão vontades amarrotadas e adormecidas. E viram ratos de academia, motoqueiros fantasmas, “motor homeiros”, tatuam caveiras, sóis, Yin e Yang, símbolos diversos que botam para fora a juventude. Iniciam negócios, casam, namoram, vão morar na praia, ou onde sempre quiseram estar.
Todavia, nessa nova era, não precisamos esperar a aposentadoria para pivotar. Os primeiros sinais de que algo deve ser mudado, está no desprazer de coisas que não dão ou nunca deram certo, que ameaçam a tranquilidade ou extirpam a alegria. No mundo de 2000, porque um jovem deve esperar a aposentadoria para morar na praia e curtir seu surfe que tanto dá prazer? Qual a coragem que falta para apertar o botão “F” e viver naquele país tão sonhado? Começar a trabalhar no que gosta? Fazer algo realizador que valha a existência?
A turma das Startups já aprendeu a pivotar e pivotam toda hora. Mudam de sócios, de negócio, de rumo. Fazem com responsabilidade, com planejamento. Não se importam em correr riscos, jamais correm perigo. A sobrevivência está no topo das preocupações de quem vai mudar. No final o sentimento de “porque não fiz isso antes”, ocupa o coração e dá a certeza que tudo valeu a pena.