Tenho 50 anos e gostaria muito de fazer a cirurgia de plástica facial. Tenho excesso de pele e pés de galinha. Entretanto, a minha família tem um grande preconceito e me assusta dizendo que essa é uma das cirurgias mais delicadas, que a pele é retirada e depois grampeada. Como funciona essa cirurgia e quais os resultados esperados em todo o aspecto da pele e rejuvenescimento?

Bom…vamos lá.
É difícil classificar uma cirurgia como não sendo delicada, mas a de face tem suas peculiaridades, sim. Executada por um profissional bem treinado os riscos passam a ser muito pequenos e o procedimento considerado muito seguro. A cirurgia constitui-se na abertura da pele da face por incisão que fica discretamente colocada em sulcos e dobras à frente da orelha, indo para cima no meio do cabelo, podendo estender-se para a frente, e por trás da orelha. As incisões resultam em cicatrizes muito pouco perceptíveis. A pele é destacada de seu leito profundo e uma estrutura que a sustentava – o SMAS – (agora relaxada, permitindo a queda da pele) é corrigida para sua posição original. Existem dezenas de técnicas para chegar-se a esse objetivo e a escolha dependerá do cirurgião plástico, levando em conta que características devem ser abordadas e de que jeito. A utilização de grampos existe, mas é pouco difundida em nosso meio – mas todos os métodos de fechamento tendem a ser muito adequados em mãos hábeis. O que eu penso que deva ser esperado é uma cirurgia que corrija muitos estigmas da idade, mas que não transforme a pessoa em um ícone da desarmonia e da artificialidade! Já vimos, recentemente, uma atriz global altamente respeitada passar com o rosto esticado muito além do sensato e, apenas depois de anos, houve alguma recuperação. É importante informar-se com seu cirurgião plástico sobre o que realmente é desejado, pois algumas vezes o que imaginamos fazer, puxando a pele com as mãos, não pode ser feito. Exemplo: os “pés de galinha”, rugas que se direcionam do canto externo do olho no sentido da lateral do rosto, abrindo-se em leque, raramente encontra solução com cirurgia.
É possível ficar aqui se falando extensivamente sobre o assunto, mas em resumo: o bom resultado de uma cirurgia começa na indicação, escolha de um médico que se dedique a seu paciente, ou seja, começa bem antes da cirurgia. Seguem-se nos cuidados em procurar no/a paciente problemas que podem virar tragédias se não encontrados e obter o máximo de segurança possível. A partir daí, não há o que temer.