| Carlos Panni
Médico e escritor
Leio, aqui e ali, grandes textos ou curtas mensagens sobre a vida, a paz, os sonhos, a espiritualidade, a materialidade, o ter, o ser, a justiça, a violência, a corrupção, o desemprego…
Haja cabeça para equilibrar isso tudo!
Ao mesmo tempo que se avolumam os escritos e os falados sobre o “ser humano”, como ser de origem divina, alicerçado na lei maior do “amor”, crescem exponencialmente as evidências da avassaladora degradação dos valores humanos.
O marketing bombardeia com uma mídia vendendo “felicidade” no “top de linha”, as telas das tevês se tingem de vermelho pelas últimas balas perdidas e as malas de dinheiro espúrio desfilam pela avenida…
Passa a ser enfadonho, repetitivo, hiperbólico falar do caos humano…
Todo mundo sabe, todo mundo sente!
Pode parecer que a solução seja optar por uma alienação total (já bem avançada!) frente às ameaças aos nossos mais comezinhos direitos ou nos subjugarmos (ainda mais!) para garantir o nosso mínimo quinhão ou, ainda (e principalmente!) ir à luta por um novo jeito, um novo tempo e um novo SER.
Decisões difíceis!
Cada uma tem seu bônus, mas também cobra o seu ônus.
E a dúvida vem: Desesperança? Impotência? Comodismo? Covardia?
Como ainda conseguimos ficar “apenas” estarrecidos com a avalanche de tiranias cometidas, antes veladas e hoje escancaradas contra todos e cada um, desde àquele que está para nascer até a quem esteja em fase terminal abandonado no corredor de um hospital superlotado e sucateado…?
Como toleramos que estádios bilionários tenham sido construídos (para gerar milhões em propinas) enquanto as escolas são demolidas por vândalos e ladrões, enquanto o ensino é corrompido pela impunidade, desrespeito, drogas…?
Como aceitamos que os políticos tenham carta branca para promoverem os mais odiosos conchavos contra os valores da ética, da moral e das leis constitucionais?
Como concedemos a eles “cheques em branco” para os preencherem debochadamente (frente à penúria do trabalhador e do País), com centenas de milhares de reais em auxílios espúrios…?
Não me alongo… mas é longa, infinita e irrestrita a angústia frente a estes paradoxos, contrassensos e dicotomias…
Desesperança?
Impotência?
Comodismo?
Covardia?