Texto por Denise de Oliveira Milbradt |Foto divulgação
O culto à beleza nunca esteve tão presente em nossa sociedade, quanto nos dias atuais. Da subtração dos quilos indesejáveis a implantes de silicone, todos desejam a conquista do corpo perfeito. Em meio aos modismos da época, a cirurgia de otoplastia atravessa gerações como um dos procedimentos mais tradicionais, acessíveis e seguros. A correção de imperfeições nas orelhas atrai da criança até o adulto, mas requer cuidado na hora da escolha do profissional e da instituição hospitalar.
O termo otoplastia refere-se à cirurgia plástica das orelhas, podendo corresponder a várias técnicas que podem ou não ser associadas, dependendo do problema a ser tratado. Em geral o termo é usado para indicar a correção de orelhas proeminentes (de abano), porém outros problemas como sequelas de traumas e ausência congênita também são tratadas.
A anestesia mais comumente usada é a local com sedação. A cirurgia se inicia com uma incisão atrás da orelha, seguindo a dobra natural da pele. É, então, realizada a retirada do excesso de pele e em seguida é feito o enfraquecimento da cartilagem, para torná-la mais flexível. Em alguns casos pode ser feita a retirada de cartilagem para diminuição da orelha. Logo em seguida são feitos pontos de fixação para manter uma nova anatomia da orelha é realizado o fechamento da pele. A cirurgia tem duração média de uma hora.
O cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Eduardo Gus explica que a cirurgia é um procedimento simples, e que nos adultos pode ser feita até mesmo com anestesia local. Entretanto, para maior conforto dos pacientes, utiliza-se uma sedação para os pacientes que não desejem estar acordados durante o procedimento. Ele defende a adoção do ambiente hospitalar para a melhor recuperação do paciente, principalmente quando se tratar de criança, que não entende a delicadeza que a cirurgia requer. A idade mínima para este tipo de tratamento é a partir dos sete anos. “Tudo porque a cirurgia exigirá limitações no período pós-operatório para evitar traumas na região. Além disso, a partir dessa idade a orelha já passou pelo processo final de crescimento e ainda coincide com o início da vida escolar, justamente o período que elas começam a se incomodar mais com as chamadas orelhas de abano”, detalha.
O médico também salienta a importância da triagem laboratorial antes da realização da otoplastia. É nesse momento que são avaliados os riscos do procedimento. Para aumentar a segurança do procedimento, sugere a realização de alguns exames, dentre eles alguns de sangue ( hemograma e coagulograma completos) e eletrocardiograma. O paciente ainda deverá assinar documentos de consentimento informado, que contém informações importantes sobre o pós-operatório e também de potenciais complicações.
Os curativos são geralmente realizados com pomada cicatrizante e gaze. Ele é realizado no final da cirurgia e retirado após um período de 24 a 72 horas da cirurgia no consultório pelo médico. Mas, assim como todo procedimento estético, a região operada fica roxa e inchada por algumas semanas, e o resultado estético final somente pode ser avaliado ao final de seis meses.
O preço da cirurgia é composto por pacote hospitalar (internação e permanência no leito de enfermaria ou apartamento enquanto estiver no hospital ou clínica, aluguel da sala de cirurgia e os materiais normalmente utilizados) e preço da equipe (honorários médicos do cirurgião, do médico auxiliar, do médico anestesista, e da instrumentadora). O valor pode variar entre R$ 4mil e R$ 7 mil. Cada paciente, no entanto, é analisado individualmente conforme suas necessidades reais.
Confira antes
•O médico que você irá consultar deve ter registro no Conselho Federal de Medicina (CFM). É possível fazer essa checagem no site da instituição;
•O profissional deve ser membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Outras instituições não avaliam a formação e experiência do profissional desta área;
•A cirurgia deve ser feita em hospital que tenha creditação para realizar cirurgias de médio porte;
•Converse com alguém que já fez a cirurgia com o mesmo médico e informe-se sobre o procedimento e os resultados.