O cabeleireiro Osmar Silveira de Aguiar é um dos profissionais em atividade mais antigos na área. Ele chegou à Cachoeirinha nos anos de 1970. Natural de Torres, RS, começou a trabalhar na empresa Sinteko (Gravataí), mas o seu dom de cortar cabelos já aflorava e logo fez um curso especializado em Porto Alegre.
Em 1972, começou a atender numa pequena peça do prédio que fica na entrada da Rua Eurípedes Aurélio da Silva, no centro da cidade. Por ali ele chegava a ter fila com mais de 20 pessoas, que ficavam no corredor. A metade da clientela vinha de Gravataí. No ano seguinte se casou com Irabeni Pedroso de Aguiar, com quem teve três filhos. Não demorou muito para o cabeleireiro colocar em prática uma nova concepção na área de beleza na cidade. Os concorrentes não lavavam cabelos.
Em 1979 Osmar montou um moderno e amplo salão de beleza, no prédio onde atende até hoje e que fica bem próximo do antigo estabelecimento. Para a época foi algo que não existia na cidade. Osmar serviu de inspiração para uma talentosa geração de grandes cabeleireiros que surgiria nas décadas de 1980 e 1990. Entre eles, um dos mais famosos, o Nilton Teixeira.
Ele lembra que da sua janela ainda podia enxergar campos e a estrada de barro que era a Av. Frederico Ritter. Na frente, uma estreita faixa de asfalto e muita poeira nos acostamentos da avenida. O salão contava com outros cabeleireiros e até manicures.
As pessoas de poder aquisitivo maior passaram a frequentar o salão do Osmar, que começou a cobrar um preço acima dos demais, tamanha era a procura. E mesmo assim garante que nunca reclamou da falta de clientela. Osmar sempre defendeu que cobra o que merece. A prova disso está em clientes fiéis. Alguns deles, mesmo morando em outras cidades, ainda cortam o cabelo com ele há mais de 40 anos.
Osmar continua trabalhando quase 12 horas por dia. Não pensa em se aposentar. Apenas quer descansar aos sábados e domingos para poder se dedicar mais a sua família.