Texto por Rita Trindade | Fotos Divulgação
A culinária japonesa traz muitos benefícios à saúde. As preparações levam pouca ou nenhuma gordura saturada (o tipo que é nocivo ao organismo) tornando os pratos mais leves, os alimentos crus preservam 100% dos nutrientes e, além disso, são ricos em substâncias importantes para preservar a saúde, como o ômega 3 do salmão, que previne doenças cardiovasculares, ou o lentinan dos cogumelos, que reforça o sistema imunológico.
Até mesmo quem está de regime pode colher as vantagens e prazeres da culinária sem peso na consciência. Basta evitar versões fritas ou com cream cheese e maionese, que acrescentam mais calorias aos pratos. No restaurante, prefira os pratos à la carte, já que no rodízio é bem mais fácil extrapolar nas porções. A seguir, você confere uma lista de benefícios obtidos com os carros-chefes nutricionais da alimentação japonesa. Se você ainda não se rendeu a ela, veja o que a sua saúde está perdendo.
Algas: elas enxugam a gordura
Presentes, principalmente nos sushis e temakis, estes vegetais marinhos são excelentes fontes de iodo, necessários para a tireoide e o sistema imunológico trabalharem melhor. Esta turma dos mares também garante dias mais felizes, pois carregam vitaminas do complexo B (B1, B2, B3, B6, B12), que são importantes reguladores da serotonina, hormônio neurotransmissor que nos confere a sensação de prazer e bem-estar. Um estudo recente da Universidade de Newscastle, na Grã-Bretanha, provou que as algas são capazes de reduzir a absorção de gordura pelo organismo em até 75% – mais que o dobro dos medicamentos com a mesma função. Além disso, os minerais e oligo-elementos raros presentes nelas também são importantes para regular o funcionamento do metabolismo.
Peixes: amigos do peito
Atum, salmão e truta são espécies largamente utilizadas na culinária japonesa. Esse trio é o verdadeiro aliado do coração. Isso porque os três peixes são ricos em ômega 3, um ácido graxo poli-insaturado que faz uma verdadeira faxina nos vasos sanguíneos, dissolvendo as placas de gorduras que se fixam nas paredes das artérias. Com o sangue fluindo sem barreiras, reduzem-se os riscos de doenças cardiovasculares, como hipertensão, infarto e derrames.
Outra função importante do ômega 3 é aumentar os níveis de HDL (o chamado colesterol bom) e diminuir os de LDL (colesterol ruim) do sangue, equilibrando as taxas de colesterol. Uma pesquisa recente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) apontou que o ômega 3 também é importante para a manutenção do sistema nervoso central, prevenindo doenças cerebrais degenerativas, como o Mal de Azheimer. Com a turma dos mares, a fadiga e o desânimo também não tem vez. O salmão contém tirosina, um aminoácido que o organismo usa para produzir dopamina e noripinefrina, dois neurotransmissores que mantém o cérebro em alerta. Já o atum é excelente fonte de vitamina B6, um nutriente importante para a produção de serotonina, o hormônio da felicidade.
Pepino: xô inchaço!
Ele é um dos vegetais mais usados na culinária oriental, compondo saladas, temakis e sushis. O pepino é composto por 95% de água, o que faz dele um alimento de baixa caloria e que garante hidratação do organismo. Também é um diurético natural, que auxilia na diluição dos cálculos renais, e tem potássio, que favorece a flexibilidade muscular, afastando as cãibras do caminho. Além disso, é um ótimo aliado para o ritual de beleza. Ele contém vitamina C e ácido caféico, ótimos para tratar irritações e diminuir o inchaço da pele.
Gergelim: o intestino agradece
É considerado um dos vegetais mais ricos em lecitina, um poderoso emulsionante, que facilita a dissolução das gorduras. Uma de suas funções na corrente sanguínea é dissolver os lipídios presentes, regulando os níveis de colesterol e triglicérides, evitando doenças cardiovasculares. A lecitina também auxilia na lubrificação do intestino, que junto com as fibras contidas na semente mantém a prisão de ventre bem longe. Suas fibras insolúveis também são ótimas para controlar as taxas de glicemia, o açúcar do sangue, afastando males como a diabetes. E ainda proporciona maior duração da saciedade, o que vai fazer com que a pessoa sinta menos fome.
Gengibre: ele desintoxica geral
Rico em fibras, o gengibre tem ação desintoxicante, favorece a digestão e alivia a constipação intestinal. Com propriedades antiinflamatórias e bactericidas, também trata inflamações, principalmente na garganta. Além disso, o gengibre tem a capacidade de aumentar a temperatura corporal e acelerar a queima de gorduras, contribuindo para o emagrecimento.
Cogumelos: eles blindam o organismo
Shitake e shimeji são duas espécies que incrementam o cardápio da culinária japonesa e blindam o organismo. Esta dupla é um verdadeiro exército de defesa contra doenças graças a uma substância chamada lentinan, capaz de estimular o sistema imunológico. Estudos apontam que o lentinan também é um bom combatente das altas taxas de colesterol.
Tofu: equilíbrio hormonal
Pesquisadores da dieta japonesa atribuem o consumo dele como um dos fatores para a baixa incidência de algumas doenças como certos tipos de câncer (mama, próstata e cólon), doenças cardiovasculares e osteoporose nas populações orientais, principalmente da China e do Japão. Por ser um derivado da soja, o tofu contém as mesmas propriedades da leguminosa. É uma excelente fonte de proteínas, além de ser rico em minerais como cálcio, fósforo e magnésio.
Wasabi: boa digestão
A pasta feita da planta wasábia (ou rabanete japonês) contém potássio, cálcio, magnésio, fósforo e vitamina C. Usada como condimento, ela ajuda na digestão, principalmente de comidas gordurosas. Trata-se de um alimento tão termogênico como o gengibre, que ajuda a acelerar o metabolismo. Porém, deve ser ingerido com moderação, por causa da sensibilidade de cada um ao ardor que a raiz provoca.
Tipos de sushi
Agora que você já conhece todos os benefícios da comida nipônica, que tal saber mais sobre cada tipo de prato? O ingrediente comum em todos os diferentes tipos de sushis é o arroz de sushi. A variedade aparece na escolha dos recheios e coberturas, na escolha de outros condimentos e na maneira em como são montados. Os mesmos ingredientes podem ser preparados de formas diferentes para a obtenção de efeitos totalmente distintos. A seguir confira as diferentes formas de construir o sushi, independentemente dos tipos de recheio e cobertura.
Você, que é fã da culinária japonesa, sabe diferenciar os tipos de sushis? Que tal o Niguirizushi, ou Oshizush ou ainda o Hossomaki? Calma! Se esses nomes são estranhos para você, vamos te ajudar. Não passe aperto na hora de pedir comida japonesa. Confira:
Makizushi (sushi enrolado) – Um pedaço cilíndrico, formado com a ajuda de uma esteira enrolável de bambu, chamada makisu ou sudare. O makizushi é geralmente embrulhado em nori, uma folha de alga marinha desidratada que abriga o arroz e o recheio.
Futomaki (rolinhos grandes) – Cilíndrico e grande, é um dos sushis mais populares. Possui como recheio uma variada combinação de peixes, folhas e raízes.
Hossomaki (rolinhos finos) – Um pedaço cilíndrico fino, com o nori na parte externa. O hosomaki típico tem por volta de dois centímetros de espessura e dois centímetros de largura. Eles são geralmente feitos com apenas um recheio, simplesmente porque não há espaço suficiente para mais de um.
Kappamaki – Recheado apenas com pepino em tiras é um dos mais tradicionais sushis. Foi batizado dessa forma em homenagem ao Kappa, figura folclórica japonesa, que tinha o pepino como seu alimento preferido.
Tekkamaki – Tendo como recheio o atum, é uma das variantes mais conhecidas de hossomaki.
Temaki (rolinhos de mão) – Um pedaço grande em formato de cone, com o nori na parte externa e os ingredientes até à boca da extremidade larga. Um temaki típico tem por volta de dez centímetros de comprimento, e é comido com as mãos.
Uramaki (enrolado ao contrário) – Um pedaço cilíndrico médio, com dois ou mais recheios. Ele diferencia-se dos outros maki porque o arroz está na parte externa e o nori na interna. O recheio fica no centro, rodeado por uma camada de nori, uma camada de arroz e uma cobertura de outro ingrediente, como ovas de peixe ou sementes de gergelim torradas.
Oshizushi (sushi prensado) – Um pedaço em forma de bloco usando um molde de madeira, chamado oshibako. O chef alinha o fundo do oshibako com a cobertura, cobre-o com arroz de sushi e pressiona a tampa do molde para baixo para criar um bloco compacto e retilíneo.
Nigirizushi (sushi feito à mão) – Pequenos pedaços ligeiramente similares ao sushi prensado ou sushi enrolado, mas feito sem a utilização de makisu ou oshibako. É muito difícil de montar um nigirizushi da forma correta. A forma mais simples é um pequeno bloco de arroz de sushi com uma lasca de wasabi e uma camada fina de uma cobertura colocada sobre ele, possivelmente amarrada com uma tira fina de nori.
Gunkanzushi (sushi “navio de guerra”) – Também conhecido como gunkanmaki, é um sushi pequeno, ovalado, similar em tamanho e aparência ao hossomaki. Um punhado de arroz é embrulhado à mão em uma tira de nori, mas, ao invés do recheio ficar no centro, tem alguns ingredientes – como ovas de peixe – empilhados no topo.
Inarizushi (sushi recheado) – Um pequeno pacote ou bolsinha cheia de arroz de sushi e outros ingredientes. O pacote é confeccionado de tofu bem frito (abura age), uma omelete fina (fukusazushi), ou folhas de repolho (kanpyo).
Chirashizushi (sushi espalhado) – Uma tigela de arroz de sushi com outros ingredientes misturados. Também conhecido como barazushi.
Edomae chirashizushi (sushi espalhado no estilo Edo) – Ingredientes crus arranjados de forma artística em cima do arroz na tigela.
Gomokuzushi (sushi no estilo cansai) – Ingredientes cozidos ou crus misturados no meio do arroz na tigela.