IBGE revela panorama do mercado de trabalho brasileiro
O volume 21 do levantamento “Brasil em números”, editado anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado no dia 15 de agosto, apresenta informações básicas, de variados setores, para o estudo e conhecimento da realidade socioeconômica brasileira. Segundo o levantamento, em 2011 o mercado de trabalho brasileiro manteve trajetória positiva para os indicadores de emprego, renda e informalidade. Quase 50% dos empregados tinham entre 30 e 49 anos e jovens com idade entre 20 e 29 anos representaram 25,6%.
Com relação ao trabalho infantil, as regiões Norte e Nordeste apresentam dados preocupantes, sendo proporcionalmente duas vezes maior que a média do país, com 2,3% e 2%, respectivamente, enquanto nas demais regiões, o índice de pessoas entre 10 e 14 anos com alguma ocupação são inferiores a 1%. Além disso, de acordo com o estudo, apenas na região Sudeste mais da metade dos ocupados possui 11 ou mais anos de estudo (53,3%).
Setores de atividades
A distribuição por área de atuação no país é composta, principalmente, por comércio e reparação (17,8%), agricultura (15,7%), indústria (13,4%), educação, saúde e serviços pessoais (9,2%). As regiões Norte e Nordeste mantém na agricultura a maior parcela de seus ocupados, já com relação à indústria, no Nordeste representa, proporcionalmente, um terço da observada na Agricultura, e no Norte, pouco mais da metade.
Embora a construção civil tenha apresentado crescimento no Brasil, o percentual de ocupados no setor é relativamente baixo (8,4%).
Distribuição de Renda
Globalmente, o Brasil possui uma das piores distribuições de renda. Em 2011, 58,8% da força de trabalho recebia mensalmente até dois salários mínimos, enquanto 5,8%, entre cinco e 10 salários mínimos, e 2,6% acima de 10 salários mínimos. Os trabalhadores sem carteira assinada obtiveram o maior crescimento no rendimento médio mensal, 6,1%. Sendo em Salvador a menor variação anual (4,9%) e a região metropolitana de Belo Horizonte a maior (9,6%). Com relação aos trabalhadores com carteira assinada, Recife apresentou a maior taxa de crescimento (5,3%).
Participação Feminina
Apesar do crescimento contínuo nas últimas décadas, a desigualdade de gênero no mercado de trabalho brasileiro continua latente. Além das diferenças salariais e da concentração da força de trabalho feminina em alguns dos setores mais precários, a taxa de participação das mulheres se mantém bem inferior a dos homens, com 50,1% ante 70,8%. Considerando a faixa etária entre 25 e 49 anos, essa diferença aumenta para 30 pontos percentuais.
Desocupação
Entre 2004 e 2011 houve queda na taxa de desocupação superior à 5%. Historicamente, Salvador possui as piores taxas tendo, em 2011, 10% da sua população sem trabalho. Já São Paulo e Recife passaram de 12% em 2004 para 6% em 2011.
Rio Grande do Sul tem pior geração de empregos do país
A geração de empregos formais no Rio Grande do Sul foi a pior do país no mês de julho, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado no dia 21 de agosto, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). De acordo com o balanço, foram registradas 125.030 admissões e 128.674 demissões no período, que resultaram em saldo negativo de 3.644 vagas. O resultado se deve, principalmente, às demissões relacionadas a Indústria de Borracha e Fumo (-2.376 postos).
Além de ser a mais negativa entre os estados brasileiros, a geração de empregos no Rio Grande do Sul foi a pior para o mês de julho desde 2006. O setor que apresentou o pior desempenho foi a Indústria de transformação, que registrou 2.070 demissões. O comércio (-1.166) também apresentou redução nos postos de trabalho.
Entre as capitais, Porto Alegre só ficou atrás de Recife na criação de vagas. A capital gaúcha registrou saldo negativo de 2.280 empregos, em julho. Entre as regiões do país, apenas a Região Sul (-500) teve queda no número de postos de trabalho.