| Rosane Castro
Escritora e Narradora de Histórias
Adoro fábulas! Elas nos permitem interpretar a vida, as pessoas e suas emoções. Sua composição literária concede aos animais características humanas e comportamentos sociais, que nos aproximam de muitas situações cotidianas e corriqueiras. A fábula exprime, em uma narrativa curta, um fato que vem acompanhado de um final moralizante, para que, ao ler, o leitor faça reflexões.
Quem não conhece a fábula da cigarra e a formiga, o leão e o rato, a raposa e as uvas, com certeza, deve ter ouvido alguma outra na infância. Essas pequenas narrativas são carregadas de ensinamentos, adotadas por pais e professores para trazer, de forma lúdica, uma lição subentendida na história.
Particularmente, gosto desse gênero literário porque me divirto com ele, emociono-me. Quando o leão menospreza o ratinho e, posteriormente, este retorna para salvar o rei da floresta, alegro-me com reviravolta da história. Um ser pequeno e indefeso, mas generoso, capaz de ajudar seu algoz.
Um dos grandes escritores desse gênero literário foi Esopo. Alguns estudiosos desconfiam de sua existência. Supostamente, ele teria nascido no século VI ou VII a.C., na Ásia Menor. Um grande contador de histórias que foi levado para Grécia e viveu como escravo.
Uma fábula é como um espelho da sociedade. Seremos leões ou ratos, a escolha é nossa. No final, sempre haverá uma lição.
A rã e o boi
Uma rã estava no prado olhando um boi e sentiu inveja do tamanho dele. Então, começou a inflar para ficar maior.
Outra rã chegou e perguntou se o boi era o maior dos dois.
A primeira respondeu que não – e se esforçou para inflar mais.
Depois, repetiu a pergunta:
– Quem é maior agora?
A outra rã respondeu:
– O boi.
A rã ficou furiosa e tentou ficar maior ainda, inflando mais e mais, até que arrebentou.