Em 1934, João Brochado Smith construiu uma casa próximo à estrada de Gravataí, em uma das partes das terras herdadas do Coronel João Baptista Soares da Silveira e Souza, com intuito de arrendá-las. Em 26 de maio de 1935, a propriedade foi arrendada para a família Brambilla, aproximadamente 220 hectares do lado esquerdo da faixa, atualmente Avenida Flores da Cunha, e 80 hectares do lado direito.
Moravam na casa José Brambilla e sua esposa, Alba Bernardi, juntamente com seus quatro filhos: Luís, Jacinto, João e Danilo. O Casal teve mais três filhas: Irene, Hilda e Zilda, sendo esta última adotiva, porém nenhuma delas residiu na propriedade. Depois, vieram os empregados, por isso, foram construídos sete chalés, galpões e finalmente o tombo de leite. Na propriedade, a Família Brambilla plantava melancia, melão, milho, repolho e uva, sendo grande parte da produção destinada a Fábrica Ritter, além disso, plantavam arroz nas terras mais úmidas da propriedade, próxima ao rio Gravataí.
A principal atividade econômica da propriedade era a produção leiteira. Segundo depoimento de Luís e João Brambilla, filhos de José Brambilla, a propriedade chegou a produzir 1.450 litros de leite por dia com um rebanho de quase 300 vacas leiteiras. Em 1967, a Corlac assumiu a Casa do Leite, visando a implantação de uma usina de beneficiamento de leite, com isso Cachoeirinha ficou conhecida como “Cidade do Leite”. A partir da década de 70, a falta de recursos e o acelerado processo de urbanização e industrialização reduziu a Casa do Leite à condição de um simples depósito. Na década de 80, a Corlac vendeu a propriedade para uma construtora, reduzindo a Casa do Leite a ruínas, mas recentemente passou por reformas e abriga hoje o Memorial e Espaço Cultural Casa do Leite.