Texto | Denise de Oliveira Milbradt | Foto | Divulgação
Isabel Cristina Camboim Mombach, 65 anos, é mãe de Frederico (fotógrafo) e do acadêmico de odontologia Rodrigo. Apaixonada pelos netos Cesar e Vicente, é Geógrafa e tem especialização em Geografia Ambiental Urbana. O magistério é sua vocação, sendo professora do EJA da EMEF Carlos Antônio Wilkens desde 2013, sendo aposentada da rede estadual de ensino onde lecionou durante 14 anos. Neste período ainda exerceu a coordenação administrativa na 28ª CRE, que culminou com a sua participação na área de Estudos Sociais para a coordenação de pesquisa sobre a história de Cachoeirinha. Os resultados foram publicados no livro Memória de Cachoeirinha, em 1991.
Mas a educação ainda reservava-lhe outras surpresas: esteve à frente da direção da EMEF Getúlio Vargas durante seis anos. Já no período de 2007 a 2012 foi assessora parlamentar do prefeito do município, na época deputado Miki Breier, na Assembleia Legislativa.
Além do Memória de Cachoeirinha, participou de diversas pesquisas sobre a cidade, tais como a história da ocupação da Granja Esperança, que resultou na publicação do livro EMEF Granja Esperança – Pedagogia de Projetos no Resgate da história da Escola. No ano de 2017, Isabel dedicou-se ao levantamento de dados sobre a escola mais antiga de Cachoeirinha, que na ocasião festejaria 60 anos de fundação da escola EMEF Carlos Antonio Wilkens. Já na década de 80, juntamente com a professora Maria Neuza Gomes Marques, publicou caderno de mapas.
Realizada profissionalmente e na vida pessoal, ela sente-se grata com a vida. “Quando se sonha só é um sonho, mas quando se sonha junto é o começo da realidade, já dizia Cervantes. Foi assim minha trajetória profissional, conversando, discutindo e projetando trabalhos de pesquisa na área de educação. As dificuldades para a realização destes projetos foram econômicas, pois não se valoriza a educação e fazemos este trabalho no amor em detrimento das nossas horas que deveriam ser livres”, destaca.
Como mulher, a ex-educadora explica que a sua maior dificuldade foi a de pertencer a uma categoria profissional pouco valorizada e mal remunerada, justamente por ser de maioria feminina. “Na década de 80, durante as greves do magistério chegamos a ouvir que o nosso salário era suficiente para as nossas maquiagens. De lá para cá pouca coisa mudou, e a diferença salarial entre os profissionais de nível superior da área de educação e o das outras áreas continua muito grande”, explica.
“O que mais me orgulha na minha trajetória é inerente a minha profissão de educadora e ter tido sempre companheiras engajadas, mulheres de luta, que assim como eu, fazem do Dia da Mulher uma oportunidade a mais para propor aos seus alunos uma reflexão sobre os problemas que nos afligem, tais como o feminicídio, o machismo e as discriminações de toda ordem”, frisa.