Por Patrícia Panni | Médica | CRM/RS 27244
Ketlin Fritzen | Enfermeira | Coren: 243856
Sabemos que seguir rigorosamente o calendário de vacinação costuma ser suficiente para proteger as crianças de um grande número de infecções. Mas e quanto aos bebês? Principalmente os menores de 2 meses de idade que só receberam a vacina da BCG e a primeira dose da hepatite B ao nascer. O que podemos fazer para que eles não adoeçam? A resposta é muito simples e extremamente eficaz: através da imunização das pessoas que o cercam.
Vamos falar um pouquinho da Estratégia Cocoon: A palavra inglesa cocoon significa “casulo” e é usada para dar nome à estratégia criada pela Organização Mundial da Saúde a fim de conscientizar e estimular à proteção de bebês ainda sem defesa imunológica contra doenças importantes como a coqueluche e a gripe. Essa estratégia é muito importante quando falamos da coquelucheque é a quinta causa de morte em menores de cinco anos, atingindo em sua maioria, bebês de 2 a 4 meses de vida. Embora a vacinação para coqueluche se inicie aos dois meses, é necessária a segunda (4 meses) e a terceira dose (6 meses) para que eles fiquem completamente protegidos.
Assim a Estratégia visa a vacinação do adulto como reforço vacinal com a intenção de interromper a transmissão da bactéria Bordetellapertussis causadora da coqueluche, evitando o contágio do bebê. Neste sentido são todos que mantêm contato com os bebês, criando desta forma uma espécie de casulo, protegendo-os de uma possível transmissão da doença. Entre os principais transmissores estão: a mãe (32%), as babás e cuidadoras de escolinhas (25%), os irmãos (20%), o pai (15%) e os avós (8%).
A coqueluche, também é conhecida como “tosse comprida”, é uma doença que quando ocorre na criança ela apresenta sintomas clássicos de tosse sucessiva, guinchos e falta de ar. Entretanto, na adolescência e na fase adulta ela é facilmente confundida com resfriado comum, tosse alérgica, sinusite, passando desapercebida e facilitando a contaminação das crianças não vacinas.
Visando reduzir a coqueluche nos bebês, países como Estados Unidos, França, Áustria, Alemanha, Bélgica e Costa Rica, incorporaram uma dose de reforço no calendário nacional de vacinação de adolescentes e adultos.
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Imunizações preconiza o reforço para os adolescentes a partir de 11 anos e todos adultos, especialmente os que convivem com bebês.
Por isso a importância do “casulo”. A gestante deve se vacinar!! Principalmente ela, mas os avós, irmãos, o pai e os cuidadores também. E os cuidadores incluem as babás e as professoras das escolas infantis que muitas vezes recebem as crianças ainda com 4 meses de vida e cuja imunidade para coqueluche ainda não está formada.
Na próxima edição vamos contar o que aconteceu na última Jornada Nacional de Imunizações que ocorreu em setembro de 2014 no Rio de Janeiro.
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