| Elvis Valcarenghi
Secretário Municipal de Cachoeirinha de Planejamento
e Captação de Recursos
Judas foi um apóstolo de Jesus Cristo que ganhou fama não exatamente por ser um modelo de cristão.
Não conheço detalhes de como levou sua vida, antes e depois dos fatos, que se tornaram famosos e nem é propósito explorar aqui. Contudo, quando pretendemos adjetivar algo ou alguém com características que signifiquem deslealdade, mentira, ausência de caráter, corrupção, denominamos de Judas.
Os meios de comunicação de massa, ao longo dos anos, cumprindo a nobre função de informar vêm destacando, em especial, as falhas de gestão e de probidade com a coisa pública. Ocorre que as grandes mídias separam o joio do trigo. Mas, invariavelmente, dão mais espaço ao Joio em seus noticiários. Esse modelo inevitável, e que se diga, farto de material, vai criando no coletivo a sensação de que qualquer governo é um grande Judas de plantão, pronto para por em prática as características pelas quais o apóstolo ganhou notoriedade. Na realidade sempre há espaço para melhorar e erros ocorrem. Contudo, “judalizar” generalizadamente é, talvez, um erro grave.
Como cidadãos de um País democrático que permite escolhermos nossos governantes, seria salutar sermos mais seletivos e criteriosos em nossas análises, pois apesar de sempre se poder fazer mais, devemos reconhecer avanços importantes ao longo dos anos e a prática de “terra arrasada” constrói menos. Não é simples equalizar o paradoxo econômico de necessidades ilimitadas para recursos limitados.
Então, olhemos para os governos com parcimônia e justiça para que nossos sentimentos relativos sejam originais e pessoais.
Em geral o cidadão comum está muito distante do ambiente político. E com notícias contadas só em partes, ficará sempre a sensação de que tudo é feito sem responsabilidade. Vamos cuidar do Brasil.