O endividamento das famílias continua alto. É um reflexo do cenário desafiador para a economia: o desemprego está em dois dígitos, a inflação está acima do teto da meta e o PIB caiu sete trimestres consecutivos. Mas, financeiramente, 2017 deve ser um ano melhor.
Pelo menos é isso que esperam 75% dos brasileiros, segundo um levantamento do aplicativo de finanças pessoais Guia Bolso. O percentual de pessoas otimistas é menor do que em 2015 (80%), mas ainda assim está em um patamar elevado.
O percentual de pessoas que acreditam que sua situação financeira em 2017 será a mesma que em 2016 ficou em 17% — na pesquisa anterior, era de 14%. Já 8% dos entrevistados esperam uma situação financeira pior no próximo ano, ante 7% no último levantamento. O GuiaBolso consultou 2.423 usuários do aplicativo entre os dias 28 e 29 de novembro.
A avaliação da maioria das pessoas (54%) é de que sua situação financeira em 2016 foi melhor do que em 2015. Para o próximo ano, a percepção segue otimista: 40% dos entrevistados acham que seu salário irá subir e, entre eles, 22% acreditam que o aumento será de mais de 15%.
Ao todo, 61% dos entrevistados disseram fazer algum controle de gastos — no fim de 2015, eram 41%. Entre as pessoas que alegaram não ter controle financeiro, a principal justificativa, escolhida por 80% dos entrevistados, foi “Eu gostaria, mas não consigo”.
O levantamento também revelou que os brasileiros estão mais dispostos a investir este ano: 41% dos entrevistados disseram que deverão fazer alguma aplicação no próximo ano. Na pesquisa anterior, o percentual era de 40%.
Por outro lado, o percentual de pessoas decididas a se livrar das dívidas em 2017 caiu consideravelmente: passou de 42% no fim de 2015 para 19% agora. Planejadores financeiros recomendam que, antes de pensar em investir, você deve procurar quitar suas dívidas. O primeiro passo é cortar gastos supérfluos: pode parecer clichê, mas a soma do dinheiro que você gasta diariamente com aquele cafezinho extra no meio da tarde pode ajudar a pagar uma conta no fim do mês.
Em seguida, tente renegociar suas dívidas diretamente com os credores. Muitos deles aceitam acordos vantajosos ao consumidor para não ficarem no prejuízo. Se for o caso, também há a opção de trocar uma dívida mais cara, como o rotativo do cartão de crédito, por uma mais barata, como um empréstimo consignado. Se for preciso, procure ajuda de um especialista para te ajudar a organizar suas finanças.