Com poderes medicinais inquestionáveis apontada em várias pesquisas, como a prevenção de câncer de origem inflamatória, a erva-mate ainda desacelera o envelhecimento precoce e atua como um estimulante para a disposição física e mental. Além de aproximar as pessoas numa roda de chimarrão, evitando ansiedade e depressão.
Agora, a erva-mate terá um gosto ainda mais especial para os gaúchos: tornou-se um dos símbolos da identidade do Estado, o primeiro patrimônio cultural imaterial. A oficialização ocorreu em uma cerimônia realizada no dia 13 de junho, no Galpão Crioulo do Palácio Piratini, com a assinatura do termo de registro em que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) reconhece o valor histórico-cultural do Sistema Cultural e Socioambiental da Erva-Mate Tradicional, envolvendo o seu cultivo e comercialização. Trata-se do primeiro registro desta natureza no Estado.
O Rio Grande do Sul é o maior produtor de folha verde de erva-mate no País e o maior exportador nacional do produto. A planta, que já foi reconhecida como árvore-símbolo do Estado, é cultivada em mais de 32 mil hectares, principalmente por pequenos produtores rurais.
O processo para fazer da erva-mate um patrimônio imaterial começou em 2022, quando o Iphae apresentou um parecer técnico balizando o pedido de registro. Esse texto foi apreciado pela Câmara Temática do Patrimônio Cultural Imaterial (CTPCI) e aprovado por unanimidade em abril deste ano. O processo de instrução e indicação para registro continha mais de 700 páginas de pesquisas sobre o tema.
O governador Eduardo Leite destacou a relevância econômica da erva-mate e os efeitos do seu registro como patrimônio cultural imaterial. “Tudo o que se faz para valorizar e defender um patrimônio imaterial como esse agrega valor não apenas à produção, mas também ao que circunda essa cadeia produtiva. As propriedades e localidades que mais se conectam ao sistema de cultivo tradicional da erva-mate, por exemplo, geram possibilidade de exploração turística porque é algo que desperta o interesse das pessoas. Então, além da valorização de uma identidade cultural e dos povos originários envolvidos no processo, existe também uma repercussão econômica positiva que toca na vida das pessoas”, afirmou.
De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate), Alberto Tomelero, a erva-mate tem função social muito significativa, pois é composta pelo agricultor familiar, gerando mão de obra e renda para mais de 15 mil famílias. “Erva-mate é árvore símbolo do Rio Grande do Sul, a bebida oficial do gaúcho e agora se tornou patrimônio cultural do Estado. Precisamos levar o produto para o Brasil e para o mundo, buscando novos mercados para comercialização – o que é fundamental para impulsionar a cadeia produtiva que envolve mais de 100 mil pessoas”, salientou Tomelero.
Bem imaterial – Quando um bem se torna patrimônio cultural significa que ele tem relevância artística, histórica e social para ser perpetuado. No caso de bens materiais, como conjuntos arquitetônicos, jardins e obras de arte, ocorre o tombamento. Quando se trata de bens de natureza imaterial, tem-se o registro.
Fontes – Secom Governo do RS e AL