Texto por Rita Trindade | fotos Vinicius Kolling
Foi-se o tempo em que animais de estimação comiam restos de comida e tomavam banho de mangueira. Hoje em dia, graças a donos mais dedicados, os pets ganham rações nutritivas e balanceadas e frequentam as melhores clínicas e estéticas especializadas. Essa mudança de comportamento dos proprietários de pets se deve a uma série de transformações sociais e culturais que a sociedade passou nos últimos anos, como por exemplo, cresceu o número de brasileiros que moram sozinhos, ao mesmo tempo se multiplicaram casais sem filhos, ou que optaram por ter apenas uma criança. Aumentou o número de famílias que migraram de casas com pátios enormes para apartamentos cada vez mais compactos. Dessa maneira, devido à redução do espaço físico, a maioria dos pets deixou o pátio e passou a frequentar o sofá da residência. Todos esses fatores colaboraram muito para que os pets tenham se aproximado dos seus proprietários e para que essa onda de cuidados com os animais de estimação ocorra. Hoje em dia os pets são criados como “membros da família”.
Infelizmente na contramão dessa realidade, ainda existem casos de maus tratos e desamparo como mostramos na matéria “Temporada do abandono”, mas por sorte o número de pessoas preocupadas com o bem-estar animal cresce a cada dia. Essa é uma questão muito grave e que merece a atenção da sociedade. Na Declaração Universal dos Direitos dos Animais consignou-se que o abandono de um animal é um ato cruel e degradante.
No Brasil atualmente vivem mais de 30 milhões de cães e 15 milhões de gatos. E o mercado pet, que vem crescendo, está ligado nessa demanda e segue apresentando novidades em serviços e produtos para os nossos bichanos. O país é o segundo colocado no ranking de faturamento mundial, perde apenas para os Estados Unidos e conta com cerca de 40 mil lojas para o setor. Hoje existe um mercado que fatura R$ 15 bilhões por ano no país. E os donos não economizam, investem em kits com bandejas personalizadas com recipientes para a ração, camas confortáveis, roupas customizadas, idas aos salões de beleza para tratar seus bichanos com os melhores cosméticos, books fotográficos e até hotéis para desestressar.
De olho nesse mercado que segue em expansão, a empresária Jamile Maletich Mendes, proprietária da marca Filho Cão, resolveu criar uma grife de roupas para pets. Jamile conta que a ideia surgiu na metade de 2011, devido ao amor por animais que sempre teve. “Conversando com uma amiga, nos demos conta de que esse mercado ainda era muito carente de produtos diferenciados. Conversamos então sobre criar uma marca, e no final de 2011 resolvi colocar esse plano em prática, criando a Filho Cão”, explica.
A marca existe há 2 anos. As peças podem ser usadas em gatos também, pois a modelagem é a mesma. Porém os felinos têm uma baixa aceitação ao uso de roupas e acessórios. Para atender todas as raças, a marca trabalha com catálogo com peças dos tamanhos PP ao GG. A Filho Cão também fornece roupas sob medida, fazendo assim, com que cães e gatos de variados tamanhos possam entrar na moda e usar as roupas.
Sobre o mercado pet, a empresária é categórica. “O mercado está em constante crescimento. Percebemos que a cada dia o público é mais exigente com seus animais de estimação, exigem peças de qualidade. Pensando nisso, criamos peças totalmente diferenciadas, exclusivas, sem abrir mão do conforto e do bom acabamento, deixando os “filhos de 4 patas” cheios de estilo. A cada estação, desenvolvemos uma nova coleção, fazendo com que os nossos clientes sempre encontrem novidades. Dessa maneira, nossa aceitação não poderia ter sido melhor. Ainda estamos em fase de expansão, crescendo a cada dia, mas certos de que estamos no caminho correto”, comemora.
A marca Filho Cão é de Cachoeirinha e trabalha diretamente com Pet Shops. Os produtos estão à venda nas melhores lojas do setor do RS e também em outros estados. Para mais informações sobre a marca acesse www.filhocao.com.
Books fotográficos servem como alternativa para recordação de animais de estimação
Nessa onda de ter os animais de estimação como membros da família, outro serviço está chamando a atenção dos donos mais dedicados: o book para pets. É uma nova moda que os proprietários – em sua maioria mulheres – estão aderindo para ter uma recordação bonita dos seus amigos. Conversamos sobre o assunto com Vinicius Kolling, fotógrafo e apaixonado pelos animais, ele realiza diversos ensaios com os pets. Confira:
Como surgiu a ideia de fotografar os pets?
Surgiu do amor que eu tenho por animais e pela profissão (design de interfaces), juntei os dois e cheguei na fotografia de animais de estimação. Hoje fotografo cães e gatos, inclusive um dos ensaios mais bacanas que eu fiz, foi com uma gata preta chamada “Paulinha”. Mas a procura maior é por donos de cães.
Como é realizar esse trabalho?
As fotos são feitas quase sempre na rua, ao ar livre, o que deixa um ambiente mais agradável. Sempre antes de iniciar a sessão fotográfica, faço um contato com o pet para estabelecer uma relação de amizade, até dizem que os animais têm uma relação diferente comigo, talvez seja porque eles sabem quem gosta deles. Mas é necessário também uma grande parcela de técnica de adestramento e conhecimento sobre comportamento animal. Nunca fiz cursos na área de educação pet, mas busquei informações, li muitos livros sobre o assunto e sigo o meu maior ídolo, César Millan (o encantador de cães), assisti todos os episódios da série, o que me deu uma grande base para adestrar meus cães e poder fazer os ensaios.
Por que as pessoas têm interesse em fazer books dos seus bichos de estimação?
Nossos pets têm uma vida não muito longa, você terá em média 10 a 12 anos de convivência com eles, depois serão apenas as fotos para lembrar. Quando iniciei a fotografar os meus pets foi por esse motivo, queria ter uma recordação. As pessoas que me procuram quase sempre falam em manter lembranças fotográficas, outras também por querer registrar a fase mais fofa deles, a infância, para lembrar de quando eram filhotes.
Qual valor em média é cobrado por book?
O valor é variável conforme a quantidade de pets bem como local por conta do deslocamento. Em média custa R$ 300,00 a seção externa em localidades próximas. Mas tudo é muito negociável.
Qual a principal diferença entre fotografar pets e pessoas?
Toda! Eles não reclamam, se divertem, são espontâneos, interagem e fazem a festa. Para fotógrafos que desejam fazer foto pet a dica é: ame os animais acima de tudo, ou não comece a desenvolver este trabalho. Esteja sujeito a se sujar (muito), pois passa-se quase que o tempo todo no chão rolando (acostume-se) e saiba que receber lambidas de seus clientes é o mesmo que um “obrigado”, então fique feliz por cada lambida em seu rosto ou na sua câmera, pois é sinal que este cliente gosta de você, até mesmo sujo.
Para saber mais do trabalho de Vinicius acesse www.viniciuskolling.com.br ou entre em contato através do email contato@viniciuskolling.com.br.